Crítica - A Assistente - Engenharia do Cinema
Com um lançamento bastante seleto em vários festivais de cinema pelo mundo, o longa “A Assistente” pode facilmente ser incluso dentro do enorme leque de produções voltadas ao movimento “Me Too“, que vem ocorrendo dentro da indústria do entretenimento. Se passando em um escritório fictício de uma produtora de cinema, vemos toda a trama ser embasada no ponto de vista da própria secretária de um produtor-chefe (fazendo uma clara referência a Harvey Weinstein).
Imagem: Amazon Prime Video (Divulgação)
Jane (Julia Garner) é uma jovem que sonha em trabalhar para a indústria do cinema de alguma maneira, por isso resolve trabalhar na função mencionada. Só que aos poucos ela começa perceber que o comportamento antiético de seu superior com as novas atrizes e contratadas da produtora, não são dos melhores.
Imagem: Amazon Prime Video (Divulgação)
O roteiro e direção de Kitty Green procura não ficar explanando para o espectador tudo que está acontecendo com base nos diálogos, apenas nos gestos e atitudes. Seja através de uma sombra, um olhar ou um movimento no lábio. Conseguimos deduzir o que engloba aquela situação, desta maneira. Além de ser uma excelente atriz, Garner capta a premissa proposta por Green e facilmente conseguimos sentir pena dela (principalmente pelo clima pesado pelo qual ela convive).
“A Assistente“, uma das primeiras obras que tem como base a polêmica do “Me Too”. Não tem a mesma vivacidade que “O Escândalo”, mas consegue deixar sua marca, por conta do olhar diferenciado.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.