Crítica - Dente Por Dente - Engenharia do Cinema
Nos primeiros minutos iniciais de “Dente Por Dente” vemos uma cena mostrando um sonho do personagem de Juliano Cazarré (“Avenida Brasil“), Ademar, perdendo um dente e acordando. Para quem conhece o significado destes sonhos, sabe que isso representa “a morte de parente” e logo imaginamos que teremos um filme sobre suspense e perseguição. Porém a partir do momento que o poster deste destaca as atrizes Paolla Oliveira e Renata Sorrah (que aparecem menos de oito minutos), vemos o quão era ruim era o resultado final da produção para apelarem pelo recurso.
Imagem: Vitrine Filmes (Divulgação)
A história ira em torno de Ademar, que é sócio em uma firma de segurança junto de Teixeira (Paulo Tiefenthaler). Quando este é encontrado morto, começa uma enorme investigação daquele para tentar descobrir o motivo do ato.
Imagem: Vitrine Filmes (Divulgação)
Este é o típico filme que precisaria de uma metragem maior de 100 minutos e dosar mais os personagens protagonistas. Em momento algum criamos algum afeto (ou até mesmo interesse) pela trajetória de Ademar (confesso que mesmo sendo um filme de 85 minutos, já estava ficando com muito sono) e até mesmo nos questionamos se o próprio tivesse tomado determinada atitude no inicio, já teria resolvido toda a trama apresentada no roteiro de Arthur Warren.
Inclusive fica difícil compreender a importância das personagens de Oliveira e Sorrah, cujas participações são curtas e não acabam influenciando em nada na trama (se elas não existissem aqui, não teria feito diferença).
“Dente Por Dente” é uma clara bomba do cinema nacional, onde além da divulgação dar a entender que se trata de um filme de terror (mas na verdade é um suspense), a maior tensão acaba sendo lutar contra o nosso sono.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.