Crítica - A Bruxa da Casa Ao Lado - Engenharia do Cinema
O longa “A Bruxa da Casa Ao Lado” foi considerado o maior sucesso nos drive-in dos EUA durante o mês de maio no ano passado (que contou apenas com lançamentos nos streamings). Adquirido pelo Telecine, a produção chega agora como exclusividade do serviço e devo confessar: apesar de ter um ótimo potencial, a ideia tem uma péssima execução que beira a um filme C.
Imagem: MGM/Telecine (Divulgação)
A história mostra o jovem Ben (John-Paul Howard), que vai morar com seu Pai (Jamison Jones) em uma nova cidade. No local ele começa a desconfiar no estranho comportamento de sua vizinha, que possivelmente esconde uma entidade maligna.
Imagem: MGM/Telecine (Divulgação)
A coisa mais bizarra nesta produção, dirigida e escrita por Brett Pierce e Drew T. Pierce, é o fato de, nos primeiros 40 minutos, parecer se tratar de uma comédia pastelão adolescente no estilo “American Pie“. Com diversas frases de efeito, situações constrangedoras envolvendo o protagonista com seus interesse amorosos, não parece estarmos vendo um filme de terror.
Quando o suspense começa a ser formado, a premissa tenta fracassadamente criar algo como o clássico “Janela Indiscreta“. Mas facilmente vemos que os diretores não entendem de cinema, quando eles realizam vários cortes abruptos e desnecessários em cenas cujo objetivo era “criar um suspense”. Isso porque não falei na própria bruxa (cuja atriz Zarah Mahler entendeu que “para ser uma bruxa, não transmita expressões”) e das atuações do elenco beiram ao ridículo e todos parecem estar em seus piores dias.
“A Bruxa da Casa Ao Lado” consegue ser um filme que nem para entretenimento escapista serve, pois a raiva e o cansaço são as únicas coisas que são transmitidas durante os quase 100 minutos de duração.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.