Artigo - O que aprender com a franquia Harry Potter? - Engenharia do Cinema

publicado em:6/02/21 6:07 PM por: Guilherme Pitta ArtigosCinemaColunasNotícias

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Como vocês talvez saibam, Harry Potter é uma das cinesséries que mais renderam no mundo, tendo adquirido muitos fãs ao longo dos anos (inclusive a mim), mas o que muitos que não sabem (ou até mesmo param para reparar) é que a bruxaria e a batalha entre o bem contra o mal são meros coadjuvantes em se tratando do que se pode aprender com assuntos que não são tão escancarados ou com assuntos que estão na nossa frente e não conseguimos enxergar.

O que seriam isso? Que assuntos são esses que não são tão escancarados ou são sutis? Vou começar com dois assuntos que são chatos para muitos para, depois, falar de assuntos não tão chatos assim e que são representados pelos dementadores e pela licantropia (a doença que deixa a pessoa virar um lobisomem).

Já foi dito que os dementadores foram inspirados na depressão que a autora sofria na época em que ela vivia na Escócia, depois de voltar de Portugal e de um casamento conturbado e com uma filha pequena e não queria voltar para a casa dos pais, ela era sustentada pelo governo e com um trabalho de meio período (se não me falha a memória).

Hoje em dia muitas pessoas sofrem ou já sofreram algum nível de depressão, de um desânimo, algumas chegaram a um ponto de suicídio por causa disso (assunto tétrico, eu sei, mas, infelizmente, tem gente sofrendo sozinha e não tem ajuda, seja por não procurar seja por não ter ninguém para que as possa ajudar).

Lupin e Tonks (Warner Bros. Pictures)

Também é sabido que os lobisomens ou os que adquiriram a licantropia foram inspirados nos portadores de HIV/AIDS. Todos sabem que muita gente adquiriu essa doença e sofrem por causa dela e muitos ainda morrem. Na série, pelo menos nos livros, vimos que os lobisomens são bruxos rejeitados, que não conseguem emprego, são marginalizados devido a situação toda deles. Na situação dos portadores de HIV, por mais que ainda hoje a situação possa ser um pouco melhor do que antes (não sou a melhor pessoa para dizer o quão melhor está por não ser muito estudado no assunto), mas ainda não é fácil de lidar com a situação em que eles se encontram.

Duas curiosidades a mais referentes aos livros e filmes, primeiro, quando o Sirius pergunta para o Lupin se ele não tomou a poção dele faz referência a poção acônito ou, também conhecida, poção mata-cão, mencionada no livro de Prisioneiro de Azkaban, que é uma poção que o lobisomem mantém a consciência humana após se transformar em lobo, segundo, a poção acônito é o paralelo ao coquetel ou remédio que os portadores de HIV precisam tomar para controlar a doença.

Outra curiosidade é que Lupin tinha pavor de se relacionar com alguém, para não machucar essa pessoa, e de ter filho, para que este possa a ter a licantropia adquirida pelo pai. No fim de tudo, ele se casa com a Tonks e tem um filho com ela, e este passa bem com a metamorfomagia adquirida pela mãe.

Acabando os assuntos mórbidos e extremamente chatos de falar, agora vamos falar de assuntos menos chatos que esses. Um dos assuntos que permeiam a maioria dos bruxos, como Voldemort, os Malfoy e a maioria dos Black, é a arrogância, pois eles se acham os melhores por serem bruxos, ao contrário dos “trouxas” que não portam magia, assim como a pureza de sangue, o que é uma asneira por, quase todos, serem mestiços assim como terem nascidos “trouxas” ou abortos no meio deles.

Os abortos, como o senhor Filch, a senhora Figg, por exemplo, são pessoas que de famílias bruxas, mas que não desenvolveram a magia e alguns deles vivem no mundo trouxa como um deles, sendo marginalizados pelos próprios bruxos, não todos é claro.

Assim como falei sobre a arrogância entre os próprios bruxos, eles também têm essa arrogância entre as outras raças que habitam o mundo, como é o que acontecem com os elfos domésticos e os centauros. Vários desses bruxos arrogantes receberam o que lhes foi devido, ou foram presos ou se lascaram ou morreram, isso mostra que a arrogância só leva ao mau caminho.

O que é interessante com as personagens da Hermione e da Luna é que elas não se importam com o que os outros pensam ou falam delas, elas são o que são, Hermione sendo uma intelectual corajosa e a Luna sendo uma sábia que tem fé e lealdade, mostrando o quão importante é você se aceitar como é.

Família Weasley (Divulgação da internet)

Uma coisa que eu mesmo acabei reforçando com os Weasley e com os Longbottom é dar muito valor à família, em especial com os Weasley, por ver na Molly uma parte da nossa mãe e no Arthur uma parte do nosso pai, ou querer ser que nem eles ou ter como exemplo de pais. Com os Longbottom foi o apreço de conviver ao máximo com a família antes de terem algo que os façam se esquecer de nós.

Os Potter ensinaram o verdadeiro valor do sacrifício em nome do amor verdadeiro ao próximo, no caso era o filho. Com os professores Snape e Dumbledore dá para aprender que, por mais burradas que possamos fazer na vida, nós podemos mudar, melhorar, nos arrepender e não fazer mais essas burradas, sendo pela morte da irmã, como aconteceu com o Dumbledore, seja pela morte de um amor, que é o caso do Snape (não estou falando que o Snape é um santo).

Pode-se aprender com a gata da Minerva que você pode ser exigente com os outros e consigo mesmo e ser uma pessoa amorosa. A sapa velha da Umbridge nos mostra que não adianta ser preconceituoso com ninguém, pois isso virá contra você, depois dos eventos dos livros, a Umbridge é presa por causa dos preconceitos dela, todos nós temos nossas qualidades e nossos defeitos e somos todos iguais, independente das nossas diferenças.

Os marotos e o trio principal são ótimos exemplos do que representam a amizade e a coragem de enfrentar o que é errado, assim como a Ordem da Fênix e a Armada de Dumbledore. Hoje em dia, se você acha que a condição de um elfo doméstico é necessária, você precisa rever seus conceitos, pois escravidão não é boa para ninguém.

O professor Slughorn é sonserino e é um fofo, assim como o Merlin é sonserino e o maior bruxo de todos os tempos, isso mostra que nem todo sonserino é mau, assim como Rabicho é um exemplo de que nem todo grifinório é bom.

Com o Hagrid, podemos aprender a ser coração de manteiga, amar a todos, incluindo os animais, ser leal, corajoso e a se importar com os outros.

Os Comensais da Morte nos ensinam que fazer o mal e somente o mal não vale a pena, pois o custo quando nos é cobrado por isso é muito alto e isso só vai fazer mal para nós.

Para quem diz que Harry Potter é coisa de criança, a pessoa não conhece o que está implícito na série, a bruxaria e o bem contra o mal são panos de fundo para que certos valores mais importantes do que isso.

Guilherme Pitta: Fã de “Harry Potter” e o “O Senhor dos Anéis”, resolveu apresentar seu conhecimento técnico nestas obras e na literatura em geral.



A última modificação foi feita em:maio 5th, 2022 as 13:03


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Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho. Adora filmes, séries, livros e animes. Potterhead desde os 10 anos e apaixonado por Tolkien desde os 12.


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