Crítica - A Maldição de Sharon Tate - Engenharia do Cinema
O crime que resultou no assassinato da atriz Sharon Tate (que estava grávida na época) e seus quatro amigos no ano de 1969, pela seita de Charles Manson, já foi assunto de várias produções (sendo a mais recente o ótimo “Era Uma Vez Em… Hollywood“). Mas nenhuma delas chegou a brincar ou até mesmo ser tão ofensiva com a situação como este “A Maldição de Sharon Tate“, que literalmente transforma a triste situação em um filme de terror trash.
Imagem: Califórnia Filmes (Divulgação)
O filme tem inicio alguns dias antes do assassinato de Tate (Hillary Duff, que realmente também estava grávida de sua filha, durante as filmagens), onde ela desenvolveu diversas neuras e previsões sobre o massacre que aconteceria com ela e todos que estavam residindo em sua casa.
Imagem: Califórnia Filmes (Divulgação)
Aqui temos uma produção onde o diretor e roteirista Daniel Farrands, acreditou que poderia aproveitar o sucesso do longa de Quentin Tarantino (já que foram lançados na mesma época) e os fãs do gênero de terror. Só que apesar de usar e abusar de situações clichês, a retratação chega a soar como ofensivo para a própria história de Tate.
Desde a abertura do filme ele apela para o recurso chocante da história, mostrando uma retratação dos verdadeiros assassinatos com os corpos banhados de sangue e enaltecendo a violência da situação como se fosse realmente um “grande filme de terror”. Só que a partir do momento que temos várias atuações beirando a canastrice, e insistem em repetir a retratação da noite do assassinato dela para criar uma atmosfera de horror, REALMENTE essa produção decai ao mal gosto extremo.
“A Maldição de Sharon Tate” vai entrar para a lista dos longas que nunca deveriam ter sido feitos na história do cinema, pois faz um desserviço ao “brincar” com algo que não deveria.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.