Crítica - Chorão: O Marginal Alado - Engenharia do Cinema
Falecido em março de 2013, o músico Chorão da banda “Charlie Brown Jr.” deixou uma enorme lacuna no rock nacional. Com suas músicas fazendo sucesso até hoje, e com um enorme legado de sucesso e polêmicas devido a sua personalidade explosiva, “Chorão: O Marginal Alado” é o primeiro documentário sobre a trajetória do músico. Com direção de Felipe Novaes, o filme venceu na categoria de melhor documentário no Festival de Cinema de São Paulo. Porém devo afirmar que apesar de a banda ter feito parte da minha infância/juventude, senti uma enorme sensação de vazio.
Imagem: MTV (Divulgação)
A produção procura focar na imagem de Chorão desde a concepção da banda Charlie Brown Jr., até sua fatídica morte em 2013, devido a uma overdose. Para isso Novaes procura captar depoimentos de amigos do músico como João Gordo, Champignon (que cometeu suicídio sete dias depois de gravar sua participação nesta produção), sua esposa Graziela Gonçalves, filho Alexander Magno Abrão e várias outras pessoas que eram próximas a ele.
Imagem: MTV (Divulgação)
Porém, mesmo tendo uma curta duração de 75 minutos, estamos falando de uma obra que apenas procura retratar em 90%, chorão como um mártir. Apenas é explorado e enaltecido o lado positivo do músico, com várias cenas de arquivo (grande parte vindas da própria MTV, que produz a obra). Quando situações negativas e algumas polêmicas são abordadas (vide a polêmica briga com João Gordo), a própria narrativa “passa o pano” pra situação jogando mais umas dez coisas positivas que ele fez.
Os fãs mais vidrados da banda irão sem dúvidas amar a produção em todos os aspectos, inclusive na trilha sonora que é totalmente regada às músicas da banda. Mas eles sentirão uma grande sensação de “está faltando mais conteúdo”, pois claramente muito conteúdo gravado não foi pra versão final (que poderia ter facilmente mais uns 30 minutos).
“Chorão: O Marginal Alado” poderia ter transformado Chorão em alguém mais humano e ter discutido mais suas vivências, ao invés de apenas tratá-lo como mártir. Vamos aguardar a cinebiografia dirigida por Rodrigo Bernardo (que já está trabalhando na mesma), para ver como será esta retratação.
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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.