Crítica - Uma Sobra na Nuvem - Engenharia do Cinema
Sendo vendido como uma das principais estreias da Rede Telecine em abril deste ano, “Uma Sombra na Nuvem” é um filme que chama atenção pela imagem abaixo (que vem sido usado e muito pelo Telecine) e por ser estrelado pela atriz Chloë Grace Moretz (“Kick-Ass“). Só que estamos falando de um filme possuindo um curto orçamento e um roteiro cheio de falhas, com o único propósito de falar que “haviam mulheres fortes na Segunda Guerra Mundial”.
Imagem: Four Knights Film (Divulgação)
No longa, Moretz interpreta a militar Maude Garrett, que é encarregada de transportar uma mala com um conteúdo misterioso, em plena Segunda Guerra Mundial. Ela pega carona em um avião de militares, e é colocada justamente em uma área para abater aeronaves inimigas. Só que ninguém imaginava que eles iriam combater também seres alienígenas misteriosos.
Imagem: Four Knights Film (Divulgação)
Apesar de estar falando de um filme notoriamente do gênero trash, a diretora Roseanne Liang (que também assina o roteiro com Max Landis) em momento algum se esforça para criar uma cena que crie um arco de suspense ou até mesmo a sensação de claustrofobia em torno de Maude. Um notório exemplo é uma cena que ela poderia ter gravado de ponta-cabeça, mas ela vira a câmera e a deixa normal (até agora não entendi o motivo desta decisão). Isso sem citar quando ela está dentro do casulo para atirar (que poderia ter rendido bons momentos de claustrofobia), que não transmite emoção alguma.
Ao invés disso tudo, o que Liang fez com estes arcos? Apenas tentou mostrar que Maude era mais inteligente, independente e esperta que o restante dos militares presentes na aeronave. Seja através de cenas que ela faz coisas “impossíveis” e “sem lógica” e várias frases de efeito, ou seja, por recursos pobres ela tenta vender que estamos falando de um filme de empoderamento feminino (enquanto o cinema já nos brindou com produções melhores com a temática).
“Uma Sombra na Nuvem” acaba sendo um filme sem emoção alguma, e por mais que se venda como trash, não consegue captar os sentimentos do espectador em torno da protagonista.
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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.