Crítica - Louca Escapada - Engenharia do Cinema
Após dirigir vários curtas e o telefilme “Encurralado” (que após o tremendo sucesso, acabou sendo exibido nos cinemas), “Louca Escapada” é o primeiro grande filme a ir direto para os cinemas, na carreira de um então desconhecido Steven Spielberg. Estrelado pela musa dos anos 60/70, Goldie Hawn e sendo o primeiro grande filme de um gênero até então pouco explorado (dos road-movies, cujas tramas se passam em grande parte em viagens dentro de automóveis), a produção foi um tremendo sucesso da Universal Pictures e o início da parceria de Spielberg com o estúdio (que até hoje nos promovem ótimos filmes).
Imagem: Universal Pictures (Divulgação)
Inspirado em fatos reais, a história se passa em 1969 quando a ex-presidiária Lou Jean (Hawn) acaba de sair da penitenciária em liberdade. Ao notar que seu cônjuge Clovis (William Atherton) ainda está preso e seu filho pequeno está sob porte de um casal escolhido pela justiça, ela bola um plano para tirar o primeiro da prisão e resgatar seu filho. Mas para isso ela acaba sequestrando um carro da polícia e acaba não só mobilizando vários policiais, como também grande parte do país.
Imagem: Universal Pictures (Divulgação)
Um dos fatores mais interessantes nesta produção, é que Spielberg já começou a trazer momentos muito replicados hoje pelo cinema. Seja a protagonista irreverente que conquista o público apenas com seu carisma, cujo mérito em grande parte vai para Hawn, ou até mesmo cenas tão bizarras que chegam a ser hilárias (como o carro sequestrado passar ao lado do carro da polícia que os procura, eles fazerem uma perseguição ser “parada” para irem em um drive-thru e por aí vai).
Mas algumas coisas que muitos não sabem é que Spielberg resolveu filmar este filme em continuidade, ou seja, tudo foi filmado na ordem que acontece na narrativa. Isso foi feito para transpor mais naturalidade na concepção das atuações. Vale destacar também que foi a primeira vez que o cinema conhecia a técnica “tracking shot” (que conta com um carrinho andando em trilhos, para filmar cenas de diálogos em vários ângulos em movimento), onde posteriormente virou bastante normal na indústria. Este filme também marcou a primeira vez que Spielberg trabalhou com o icônico compositor John Williams, que na época era um mero desconhecido (mas aquele já estava ciente do potencial deste para este tipo de trabalho).
“Louca Escapada” é um filme bastante necessário para os fãs do cinema de Spielberg e estudantes da área, pelos quais mesmo sendo feito com US$3 milhões de dólares conseguiu ser mais bem realizado que muitas produções 100% mais caras.
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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.