Crítica - Aqueles Que Me Desejam A Morte - Engenharia do Cinema
Após o sucesso de longas como “Terra Selvagem” e “Sicário“, o roteirista e diretor Taylor Sheridan começou a chamar a atenção de vários cinéfilos por conta de sua qualidade no trabalho. Porém os que se dirigirão para às salas de cinema pensando que “Aqueles Que Me Desejam A Morte” será uma produção bastante diferente, irão se decepcionar. Afinal, o novo longa de Angelina Jolie remete e muito aos clássicos “A Testemunha” e “Chamas da Vingança”, e consegue entreter dentro de sua proposta, mas é um mais do mesmo.
Imagem: Warner Bros Pictures (Divulgação)
Baseado no livro de Michael Koryta, a trama acompanha a bombeira Hannah (Jolie) que carrega um enorme trauma por não ter conseguido salvar um grupo de crianças em um incêndio florestal. Mas ela passa a ter de enfrentar seus medos, quando acaba tendo seu caminho cruzado com Connor (Finn Little), que vem sido perseguido por dois assassinos (Aidan Gillen e Nicholas Hoult) por conta dele ter testemunhado o assassinato de seu Pai e este ter lhe entregado antes uma série de segredos descobertos por este.
Imagem: Warner Bros Pictures (Divulgação)
O roteiro escrito por Michael Koryta, Charles Leavitt e pelo próprio Sheridan opta por várias facilitações narrativas para estabelecer seu enredo. Para mostrar que Hannah é “valente”, vemos nos primeiros 15 minutos cenas dela saltando de paraquedas, pulando de rapel e fazendo outras atividades “arriscadas”. Só que isso não era necessário, visto o contexto da narrativa. Mas como estamos falando de uma produção que beira o estilo de suspense e ação dos anos 90, muitas das facilitações narrativas não devemos levar a sério para comprar a história (vide os próprios últimos 15 minutos de projeção)
Assim como nos outros longas de Sheridan, aqui há muita violência gráfica (com propósito de transpor mais realismo) e não vemos os personagens saírem ilesos em cenas de ação (até mesmo em uma simples queda, os personagens se machucam). Além deste quesito positivo, ele consegue causar um impacto ainda maior no enredo por conta da retratação de alguns coadjuvantes como o casal vivido por Jon Bernthal e Medina Senghore. Consequentemente acabamos adentrando na trama e ficamos grande parte da narrativa focados na tensão criada pelo cineasta.
Mesmo com uma premissa já conhecida nos cinemas, “Aqueles Que Me Desejam A Morte” consegue divertir aqueles que sentiam falta de conferir uma produção de suspense com toques de ação, nas telonas.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.