Crítica - Um Lugar Silencioso: Parte II - Engenharia do Cinema
Após ter sido o primeiro filme a ter seu lançamento adiado por conta da pandemia do coronavírus (no final de março de 2020), quase 15 meses depois do ocorrido a Paramount Pictures lançou nos cinemas nacionais o aguardado “Um Lugar Silencioso: Parte II“. Com grande parte do público ansioso para conferir o desfecho do arco envolvendo a família Abott, no cenário pós-apocalíptico apresentado pelo enredo criado por John Krasinski (que volta como diretor, roteirista, produtor e como ator coadjuvante).
Imagem: Paramount Pictures (Divulgação)
Não irei dar muitos detalhes extensos do enredo, pois a graça é seguir no clima de mistério que o material promocional tem criado. Só posso alegar que ele tem início exatamente quando o primeiro acaba, com Evelyn (Emily Blunt), seu bebê recém nascido, Regan (Millicent Simmonds) e Marcus (Noah Jupe) sendo obrigados a saírem de sua residência após o ataque dos seres alienígenas sensíveis com barulhos. Ao mesmo tempo vamos descobrindo a origem dos mesmos e como tudo se tornou o que a produção apresenta desde o princípio.
Imagem: Paramount Pictures (Divulgação)
Assim como na produção de 2018, estamos falando de um filme que necessita ser visto na melhor qualidade acústica possível. O trabalho de edição sonora realmente volta a ser o destaque, principalmente nos minutos iniciais onde Krasinski está ciente do que ele poderá promover para o espectador deixando apenas os barulhos do ambiente, durante um plano sequência e se abstendo complemento de trilha sonora (que inclusive, demora um bom tempo para dar as caras). Nesta hora os sustos começam a surgir de forma divertida e como já conhecíamos a família, continuamos agoniados por eles.
Outro quesito que foi essencial para o sucesso deste filme, foram as atuações do quarteto central. Com o acréscimo de Cillian Murphy (“A Origem“), não hesitou em dizer que ele foi um acréscimo positivo para a franquia em vários pontos. Seja pelo mistério feito em seu personagem, e a direção/roteiro do próprio Krasinski que consegue trabalhá-lo com poucos diálogos. Inclusive ele rouba a cena em vários pontos (deixando até a própria Blunt pra escanteio), se tornando o destaque com Simmonds (que ressalvo o fato dela ser realmente muda/surda na vida real).
“Um Lugar Silencioso: Parte II” consegue expandir os horizontes da franquia e se torna mais uma produção eletrizante e impactante na filmografia de John Krasinski e no gênero de horror. Que venha a terceira parte!
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.