Crítica - O Esquadrão Suicida - Engenharia do Cinema
Após ter se tornado um sucesso de bilheteria em 2016, mas um fiasco na crítica especializada, dos fãs e do público, a Warner Bros resolveu rever sua estratégia em cima da franquia “Esquadrão Suicida”. Após a saída do diretor David Ayer, o estúdio resolveu contratar o cineasta James Gunn (que na época foi desligado da Marvel, por conta de uma confusão em torno do politicamente correto) para dirigir e escrever a produção, dando liberdade para ele realizar o projeto como quisesse (inclusive podendo matar qualquer personagem). Lançado exatamente quase cinco anos depois do primeiro, esta reboot/continuação consegue criar sua própria imagem e se sobressair em diversos fatores.
Imagem: Warner Bros Pictures (Divulgação)
A história tem início quando Amanda Waller (Viola Davis) resolve recrutar seu time de prisioneiros extremamente perigosos (conhecidos como “O Esquadrão Suicida“) para irem até um país da América Latina (que claramente se trata da Venezuela), para impedirem um ditador e um fatal ataque dos mesmos.
Imagem: Warner Bros Pictures (Divulgação)
Em seus 10 minutos iniciais, Gunn consegue mostrar que é um cineasta que consegue criar uma imagem em suas produções. Com uma sequência que justifica a censura branda (onde nos EUA é 18 anos e aqui 16) com uma cena repleta de violência e humor negro de primeira (justificando sutilmente o significado do nome “Esquadrão Suicida“), regada com a música “People Who Died” do conjunto The Jim Carroll Band. Mas ao contrário do primeiro (que era usado para “esconder a sensação de algo errado”), agora a trilha sonora casa exatamente com os fatos mostrados em cena, seja com a melodia ou até mesmo com a própria letra das canções.
Inclusive é notório que os efeitos visuais foram usados em cenas estritamente necessárias, pois notoriamente foi usado menos tela verde do que antes. Apesar de alguns personagens serem bem feitos como Weasel e King Shark (dublado por Sylvester Stallone e chega a roubar a cena sempre que aparece), o recurso não é bem sondado em cenas de ação (vide a apresentada no penúltimo ato).
Em relação às atuações e abordagem dos personagens, assim como o próprio Gunn já deixou claro em entrevistas, dificilmente conseguimos criar afeto pelos mesmos. Mas isso não impede dos destaques caírem sobre a própria Harley Quinn (Margot Robbie), Pacificador (John Cena), Caça-Ratos 2 (Daniela Melchior), Sanguinário (Idris Elba, que substitui Will Smith), Coronel Rick Flag (Joel Kinnaman, que ganha um arco melhor em relação ao antecessor) e o próprio King Shark.
“O Esquadrão Suicida” consegue se mostrar um dos mais divertidos filmes na nova leva da DC, e que o cineasta James Gunn possui um talento suficiente para muitos mais filmes do universo dos quadrinhos.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.