Crítica - Round 6 (1ª Temporada) - Engenharia do Cinema
Após a vitória de “Parasita” no Oscar em 2020, o mundo começou a dar mais atenção para as produções feitas na Coréia do Sul. Realizada no país pela Netflix, “Round 6” só comprova o talento daquele país em trazer boas e histórias envolventes. Com nove episódios, o enredo criado por Dong-hyuk Hwang (que também assina a direção dos episódios), mescla a fórmula de produções como “Battle Royale”, “Jogos Mortais” e “Jogos Vorazes” e nos apresenta um novo universo de situações absurdas e desumanas, que prendem a nossa atenção.
Imagem: Netflix (Divulgação)
A série tem início quando Seong Gi-hun (Jung-jae Lee) vive em uma enorme falência, sem outra escolha na vida e até mesmo devendo muito dinheiro para agiotas. Eis que um homem misterioso lhe fornece um cartão, o convidando para participar de um desafio. Sem nada a perder, ele resolve ir e acaba descobrindo que este desafio na verdade é uma série de jogos mortais, onde os vencedores irão levar uma enorme quantidade de dinheiro.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Desde o primeiro episódio Hwang começa a plantar várias sementes sobre o enredo e o que estará por vir. Com a maioria dos antagonistas sendo completamente escondidos por máscaras e uniformes, não sabemos absolutamente nada sobre eles e estes fator é um dos cruciais para prendermos NOSSA atenção pelo seriado.
Apesar das atuações não serem boas (já que muitos atores parecem estar apenas lendo o seus textos e fazendo caretas), o que nos faz ter antipatia por eles é na hora dos desafios. Com situações totalmente suicidas (apesar de parecem bastante simples), até mesmo um simples desenho de estrela em uma bolacha consegue fazer o espectador suar frio junto deles. Criamos finalidade pelas situações, ao invés dos personagens.
Porém mesmo soando como uma série de “terror”, ela faz uma interessante crítica social de como o ser humano pode ser em busca de dinheiro e poder. Por exemplo, em determinado arco alguns personagens matam outros, simplesmente para vencerem o desafio a tempo (mesmo não havendo necessidade disso ser feito). Mas como estamos falando de uma série da Netflix, eles pecam bastante em inserir algumas cenas de sexo e até mesmo um arco envolvendo sadomasoquismo (que não pesam em absolutamente nada pra trama). Uma mania que realmente deve ser revista nas produções da plataforma.
A primeira temporada de “Round 6” consegue divertir e prender o espectador com suas cenas bastante ácidas e tensas. Que venha o segundo ano.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.