Crítica - Exterminadores do Além: A Série - Engenharia do Cinema
É inegável que o longa “Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro” foi um dos maiores sucessos nacionais pelo mundo (apesar de boa parte da imprensa sempre se abster em falar isso), pois conseguiu faturar vários prêmios em diversos festivais de cinema. Ganhando o rótulo de trash e sido tratado por muito carinho por fãs do gênero, o ator e apresentador Danilo Gentili viu que tinha um produto com a possibilidade de criar uma série e se juntou com o cineasta Fabrício Bittar (que comandou o filme citado), para desenvolver a série antológica de “Exterminadores do Além“. Pronta desde 2019, a mesma acabou ficando na geladeira da Warner Channel e só agora foi lançada pelo SBT (sendo até hoje uma das maiores audiências do ano no canal, até então).
Imagem: Clube Filmes (Divulgação)
A história se passa após os eventos mostrados no longa principal, após Jack (Gentili), Fred (Léo Lins) e Túlio (Murilo Couto) resolverem o caso da loira do banheiro. Vivendo na miséria em um terreno abandonado, eles acabam tendo de enfrentar uma lenda urbana diferente em cada episódio e, tentam a todo custo atingir o tão sonhado estrelato.
Imagem: Clube Filmes (Divulgação)
Já aviso de antemão que não é necessário ver o longa primeiro, para entender a série (apesar de haverem muitas menções ao mesmo durante os episódios). E também deixo claro que se você é adepto ao politicamente correto, evite ao máximo ver esta série (pois de imediato, você não irá gostar) já que o humor dela é totalmente voltado ao pastelão e ao negro (e confesso que são de primeira, em sua maioria).
Com diversas participações especiais de amigos próximos do próprio Gentili como Sill Esteves, Vivi Fernandez, Igor Guimarães, Giovanna Chaves, Garcia Júnior, Antônia Fontenelle e até mesmo os icônicos apresentadores do SBT como Dudu Camargo, Ivo Holanda e até mesmo Ratinho, é visível que se trata de uma produção feita para os citados se divertirem, se zoarem e entreter com isso. Só que isso acaba sendo perceptível em alguns dos episódios em sua maioria, pois dos 10 episódios, apenas seis realmente funcionam no quesito de humor (já que o gênero acaba sendo sobressaído mais para o horror trash, do que comédia).
Realmente em quesito técnico temos um excelente trabalho de direção de Bittar, que realmente faz uma homenagem a cineastas como Sam Raimi (“Evil Dead”) e Lloyd Kaufman (“Vingador Tóxico”), pois ele sabe criar cenas com bastante gore e até mesmo torná-las perturbadoras em alguns casos. Englobando a isso, o design de produção de Fernanda Carlucci parece ser “ok” no início da série, mas em seus últimos episódios ela mostra que realmente sabe criar um cenário totalmente diferente do que havia sido mostrado até então (quem viu até o final, sabe do que estou falando).
Em seu desfecho a série de “Exterminadores do Além” consegue divertir aos fãs do gênero trash, e ainda tem uma brecha para uma possível segunda temporada.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.