Dirigido por Paul Verhoeven (um dos cineastas de maior respeito por cinéfilos, por conta de ser o responsável por títulos clássicos como “Robocop” e “Vingador do Futuro”), “O Homem Sem Sobra” foi lançado em meados dos anos 2000 e foi massacrado pela critica na época. Porém após ser exibido na Tela Quente e em outros canais televisivo alguns anos depois (inclusive na Tela Quente, em 2003), começou a ganhar mais carinho pelo publico. Tendo em seu elenco astros como Elisabeth Shue, Kevin Bacon, Josh Brolin e Kim Dickens, a obra era uma espécie de reboot do clássico “O Homem Invisível“, dirigido por James Whale em 1993, com base na obra de H.G. Wells (o mesmo responsável por “Guerra dos Mundos”).

Imagem: Columbia Pictures (Divulgação)

Na trama um grupo de cientistas passaram um longo período tentando descobrir como fabricar um modo de tornar o ser humano invisível. Eis que após eles descobrirem a fórmula, o líder do grupo Sebastian Craine (Bacon) resolve que ele mesmo seja a cobaia para um ser humano. O procedimento não só funciona, como ele começa a ter sua sanidade mental ainda mais afetada, causando o terror para todos à seu redor.

Imagem: Columbia Pictures (Divulgação)

Realmente se você pegar este filme para ver nos dias de hoje, notará que ele não tem efeitos visuais de primeira (mesmo sendo indicado ao Oscar, porém perdendo para “Gladiador“), muito menos complexidade. Afinal, estamos falando de um Kevin Bacon interpretando um vilão apenas pela voz (com raras aparições fisicamente) e o seu corpo sendo moldado de forma indireta pelo próprio Verhoeven. Seja por intermédio de uma câmera vendo Sebastian abrindo um zíper ou até mesmo ingerindo algo. Deduzimos que ele está em determinado lugar, por conta do enquadramento do diretor. Inclusive este selecionou Bacon para ser o vilão, devido a sua “habilidade em ser charmoso e diabólico” devido a sua feição. Com relação às outras atuações, elas são operantes dentro do contexto. Porém Bacon consegue apenas com a voz e o nosso “imaginário”, dominar tudo e todos.

“Mas porque até hoje ele faz tanto sucesso?” Ele conseguiu isso, devido a enorme coincidência de ser lançado justamente em uma época onde vários filmes originais e icônicos de terror estavam surgindo. Seja “A Bruxa de Blair”, “Lenda Urbana” ou a então trilogia de “Pânico”, “O Homem Sem Sombra” foi apenas no embalo destas produções que estavam deixando o público de horror ainda mais entusiasmado.

Quase 22 anos depois de seu lançamento, facilmente podemos dizer que este clássico dificilmente cairá no esquecimento ou até mesmo não será mais tratado com carinho pelos seus fãs e cinéfilos.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.