Crítica - A Última Noite - Engenharia do Cinema
Esta é uma daquelas produções que realmente foram feitas com base na situação mundial atual, englobando com alguns fatos já ocorridos na história. Com produção do renomado cineasta Matthew Vaughn (da franquia “Kingsman“), “A Última Noite” coincidentemente terminou suas gravações principais exatamente um dia antes da pandemia começar a estourar na Europa (inclusive o mesmo só chegou a ser finalizado quase cinco meses depois da quarentena). Com roteiro e direção da estreante em longas Camille Griffin (que coincidentemente na vida real é mãe dos atores Roman Griffin Davis, Gilby Griffin Davis e Hardy Griffin Davis, que vivem os filhos de Keira Knightley e Matthew Goode), vemos que ela consegue extrair várias situações reflexivas diante de um cenário bastante atual.
Imagem: Paris Filmes (Divulgação)
A história gira em torno de uma família, onde durante a ceia de Natal acaba passando por diversas situações delicadas e conflituosas, enquanto a Russia acabara de soltar pela Inglaterra um gás mortal que matará todos os presentes e cidadãos do país.
Imagem: Paris Filmes (Divulgação)
Começo destacando que este é um filme sobre o cenário apresentado, e não sobre o perfil dos personagens. A começar que enquanto Art (Roman Griffin Davis) está preocupado com o cenário apocalíptico, seus pais (Knightley e Goode) estão ligando para coisas bastantes supérfluas. Há um debate bastante plausível também, pois enquanto muitas pessoas acabam indo atrás das recomendações do governo, Art tenta trazer a tona o debate à mesa e se realmente eles sabem o que estão falando e possui respostas debochadas por pensar diferente (algo que realmente vem acontecendo, no cenário de pandemia).
Apesar do ator mirim ser um dos destaques centrais do longa, vale destacarmos que mesmo tendo nomes como de Knightley, Goode, Annabelle Wallis, Lily-Rose Depp, Lucy Punch e Kirby Howell-Baptiste, nenhum deles possuem grandes atuações ou momentos bastante memoráveis. Eles estão operantes como se estivéssemos vendo um monólogo ou até mesmo peça teatral (uma vez que a produção se passa em um único cenário), e isso vai incomodar o espectador que procura algo aos moldes dos recentes “Não Olhe Para Cima” e “Destruição Final”.
“A Última Noite” acaba conseguindo fazer um interessante parâmetro com o nosso cenário atual, justamente em uma época natalina (pelo qual nos encontramos).
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.