Crítica - Gavião Arqueiro - Engenharia do Cinema
Após a Viúva Negra/Natasha Romanoff (Scarlett Johansson) ter ganho seu filme solo, o último Vingador que faltava ter uma produção para chamar de sua era o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner). Segundo o próprio Kevin Feige, ele disse que mesmo cogitando levar o arco do mesmo como um filme, logo no início do projeto, viu que ele seria melhor abordado em uma minissérie de seis episódios. Anunciada em 2018, a minissérie “Gavião Arqueiro” iria introduzir ao Universo Cinematográfico da Marvel, a personagem Kate Bishop (Hailee Steinfeld) sucessora do Gavião na equipe dos maiores heróis da terra.
Imagem: Marvel Studios (Divulgação)
A história começa no exato momento da confusão causada por Loki em Nova York, em meados de 2012, onde uma então pequena Kate Bishop acaba sendo salva pelo Gavião Arqueiro e fica deslumbrada com suas habilidades. 11 anos depois do fato, agora se mostrando ao ser bastante hábil com arco e flecha, ela tem seu caminho cruzado com este após um incidente durante um evento. Porém ambos acabam percebendo que devem se unir para combater um inimigo em comum.
Imagem: Marvel Studios (Divulgação)
Apesar de não ter feito tanto alarde ou sucesso como as outras produções da Marvel (afinal, neste ano tivemos quatro filmes e séries do estúdio), essa minissérie serve mais como um “passe de tocha” entre os Clint e Kate. Mesmo ela sendo bem retratada, a subtrama envolvendo Yelena Belova (Florence Pugh) e esta mostra que futuramente elas serão os “novos” Gavião e Viúva no UCM, e elas funcionam demais juntas (tanto que se fizerem uma produção estrelada pela dupla, seria sucesso de imediato). Mas não estamos falando de um programa centrado nelas e sim no próprio Clint Barton/Gavião Arqueiro, que mais uma vez acaba sendo coadjuvante por causa destes “erros” na narrativa (já que em momento algum vemos um cenário que de uma ênfase apenas nele).
Mesmo mostrando de forma sutil algumas consequências de seus atos em prol da humanidade no filme “Vingadores Ultimato”, como o fato da surdez e o trauma em relação ao sacrifício de Natasha, eles acabam se perdendo em relação às cenas de ação. Nisso o único diferencial que é explorado são os “tipos de flechas” que Clint usa (realmente não há mais nada diferente, além disso), até mesmo o fato dele ter se utilizado da identidade de Ronin é bastante rasteiro.
Isso acabou trazendo os arcos dos personagens Maya Lopez (Alaqua Cox, que se mostra uma forte antagonista, mas não tão explorada quanto deveria) e a inclusão do vilão Rei do Crime dentro do UCM (que após a série do “Demolidor” da Netflix, continua sendo vivido por Vincent D’Onofrio) , porém a sensação de “importância” do protagonista, não consegue ser comprovada nessa minissérie.
Porém com relação aos aspectos técnicos, a direção consegue ser bastante interessante ao conseguir prender a ação por divertidos planos sequências, onde seja através de uma câmera no banco traseiro de um carro ou até mesmo andando por um apartamento, durante uma cena de luta. Com duração destas cenas variando entre 10 e 20 minutos, elas conseguem prender a atenção do espectador por conta destes quesitos.
Em seu desfecho vemos que a minissérie do “Gavião Arqueiro” serviu apenas para incluir alguns personagens no universo da Marvel, e nada mais além desta premissa.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.