Crítica - Cobra Kai (4ª Temporada) - Engenharia do Cinema
Já não é novidade que uma das maiores séries da atualidade é “Cobra Kai“. Com uma incrível velocidade que a equipe e envolvidos conseguem fazer cada uma das temporadas (inclusive esta quarta, que foi rodada durante a pandemia), o mesmo pode-se dizer quando cada uma delas é lançada, pois mesmo contendo 10 episódios com cerca de 30 minutos cada, é normal grande parte do público conseguir terminar uma temporada em um único dia. Pode-se dizer isso também para esta quarta temporada, que chegou na Netflix exatamente no último dia do ano. Dependendo do ponto de vista, digo que a plataforma terminou/começou o ano com chave de ouro.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Esse quarto ano começa onde terceiro parou, com Johnny (William Zabka) e Daniel (Ralph Macchio) unindo suas equipes de Karatê para participarem do campeonato municipal e conseguirem combater o grupo Cobra Kai, que agora está sob comando de John Kreese (Martin Kove). Só que este agora também conta com o apoio de seu antigo parceiro, Terry Silver (Thomas Ian Griffith)
Imagem: Netflix (Divulgação)
Nesta nova temporada vemos que o clima continua o mesmo, porém agora a abordagem decai mais em cima de outros personagens que ainda sequer haviam ganhado destaque como o filho mais novo de Daniel, Anthony (Griffin Santopietro) que cai em contradição com o comportamento exercido pelo seu Pai, e começa a ter conflitos com o novo colega de escola Kenny (Dallas Young). Este demonstrou ser um baita acréscimo na série, e ainda casou perfeitamente como uma espécie de “novo caminho” que o programa tenta levar (que é apresentar subtramas mais detalhadas de coadjuvantes). Se isso não soubesse ser trabalhado, iria afetar a dramaturgia do enredo principal, porém ele só acaba acrescentando e até mesmo trazendo mais emoção ao arco final.
Confesso que também foi bastante divertido ver que neste novo ano souberam trabalhar a questão de Johnny e Daniel trabalhando juntos, após quase 30 anos sendo rivais. Um misto de emoções são criadas, e realmente eles continuam transpondo química e naturalidade. O mesmo pode-se dizer dos antagonistas, John e Terry (que chegou agora ao seriado), que renascem sua parceria dos clássicos filmes e pela primeira vez vemos o lado humano da dupla (que inclusive estava ausente nos longas), e seus traumas que os levaram até ali.
Apesar de ter tudo isso, a trama ainda sabe elaborar o amadurecimento dos personagens que compõem a equipe dos lutadores. Mesmo eles não sendo o foco da vez, Miguel (Xolo Maridueña), Samantha (Mary Mouser), Tory (Peyton List) e Robby (Tanner Buchanan) tem seus momentos apenas com a seguinte enfase de “olha, eles são protagonistas ainda, mas não vamos focar em neles, por enquanto”.
A quarta temporada de “Cobra Kai” continua mostrando que a série faz jus aos ensinamentos do Sr. Miyagi, ao focar no lado humano de seus personagens e se divertir em cima disso.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.