Crítica - Ataque dos Cães - Engenharia do Cinema
Quase 10 anos depois de não realizar nenhum filme, a cineasta Jane Campion (“O Piano“) resolveu voltar as suas origens em “Ataque dos Cães“. Sendo considerado como um dos fortes nomes ao Oscar 2022, em várias categorias, certamente este é o western da temporada de premiações e o grande retorno da veterana cineasta que nos entregou obras visionárias durante os anos 90.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Inspirado no livro de Thomas Savage, a historia mostra os irmãos Phil Burbank (Benedict Cumberbatch) e George Burbank (Jesse Plemons), que tem sua rotina abalada quando este acaba se casando com Rose (Kirsten Dunst). Com ela indo morar na casa destes, junto de seu filho Peter (Kodi Smit-McPhee), a situação começa a se complicar quando Phil acaba batendo de frente com o estilo de vida dos novos hóspedes.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Realmente estamos falando de um drama embasado em grandes atuações, pois não há muita coisa eclética em relação a cenários e até mesmo em aprofundamento. Temos a melhor caracterização da carreira de Cumberbatch, e possivelmente ele vai levar o Oscar de ator coadjuvante por este longa. Para se ter uma noção, sua presença chegando no ambiente e causando várias discórdias por seu comportamento chulo, é sentida não só dentro da produção como também fora dela (algo bastante assustador, dentro da proposta).
Mas quando Campion começa a mostrar o lado humano do mesmo, vemos que o ator da conta do recado ao saber dosar tudo isso. Seu contra ponto acaba sendo Dunst (que na vida real é casada com o próprio Plemons), que consegue transpor de patricinha para mãe, de mãe para mulher e de mulher para governanta em meio ao caos plantado por Phil.
“Ataque dos Cães” termina sendo como uma das grandes apostas da Netflix para o Oscar 2022.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.