Crítica - O Beco do Pesadelo - Engenharia do Cinema

publicado em:7/02/22 10:00 AM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto

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Após ter vencido o Oscar por “A Forma da Água“, o cineasta Guilhermo Del Toro anunciou que iria realizar o remake do clássico longa “O Beco das Almas Perdidas“, de 1947. Inspirado no livro de William Lindsay Gresham, a obra tem tudo que podemos esperar de um filme do cineasta e claramente que o mesmo iria aproveitar seu talento para “contar fábulas”. Porém após sofrer paralisações em suas gravações por conta da pandemia, vemos que o mesmo acabou perdendo um pouco a mão e realizando “dois filmes, em um único”.

Imagem: 20th Century Studios (Divulgação)

A história gira em torno de Stanton Carlisle (Bradley Cooper) que acaba indo trabalhar em um Circo, local onde aprende a realizar alguns truques e magias fraudulentas. Mas ao se apaixonar por Molly (Rooney Mara), ele acaba saindo do local e exerce suas pseudo-mágicas em locais da alta sociedade. Até que ele acaba conhecendo a misteriosa Lilith Ritter (Cate Blanchett), que se mostra mais esperta que ele nesta função.   

Imagem: 20th Century Studios (Divulgação)

Realmente estamos falando do longa mais fraco de Del Toro, em anos. Focado em detalhar as motivações de Stanton e sua história de origem, vemos que o mesmo se perde ao enrolar em arcos que poderiam ter sido resumidos com uma linha de diálogos e até mesmo gestos. Isso acaba pesando demais, pois estamos falando de um filme que tem 150 minutos e facilmente poderia ser reduzido para 120, no máximo. Apesar de ter boas atuações do trio protagonista, ele se perde ao dividir a trama em dois momentos.

No primeiro ele explora de forma interessante os personagens de Toni Collette e Willem Dafoe. No segundo ele simplesmente “some” com estes e foca em Blanchett e Richard Jenkins, e ainda desenvolve uma breve subtrama com Mary Steenburgen e Peter MacNeill (que interpreta um juiz que sofre com o falecimento do filho, com sua esposa vivida por aquela). Realmente estamos falando de um filme que se atrapalha ao abordar seus coadjuvantes.

Com relação a produção técnica, digamos que é tudo de primeira linha. Design de produção (que tem tonalidades que mesclam os estilos noir e expressionismo alemão), figurino e até mesmo a fotografia podem ser as únicas categorias lembradas no Oscar deste ano. Realmente não há do que se reclamar nestes tópicos.

O Beco do Pesadelo” realmente é um dos mais fracos filmes da carreira de Guilhermo Del Toro, e futuramente acabará caindo no esquecimento em sua filmografia.

Gabriel_Fernandes

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



A última modificação foi feita em:agosto 7th, 2022 as 15:56


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