Crítica - Casa Comigo - Engenharia do Cinema
Realmente não me recordo a última vez que os cinemas abriram espaço para comédias românticas água com açúcar, pois este estilo está cada vez mais ficando restrito para serviços de streaming. “Casa Comigo” é claramente uma mistura dos sucessos “Um Lugar Chamado Notting Hill” e “Letra e Música“, onde temos o mundo da música regado com muito romance e cenas divertidas. Realmente nos últimos anos, a então atriz Jennifer Lopez tem sabido escolher bem seus projetos (“As Golpistas” está aí para exemplificar).
Imagem: Universal Pictures (Divulgação)
Baseado na Grapic Novel de Bobby Crosby, o filme ela interpreta Kat, uma sucedida cantora que está prestes a se casar com Bastian (Maluma). Porém minutos antes dela subir ao altar, descobre que este lhe traiu e por uma atitude de impulso acaba pedindo em casamento o desconhecido Charlie (Owen Wilson), que estava no meio da plateia assistindo ao seu show/casamento. Porém, à medida que os dias passam, eles reparam que a vida não é como eles imaginavam.
Imagem: Universal Pictures (Divulgação)
A diretora Kat Coiro (que está dirigido a minissérie “She-Hulk”, da Marvel) realmente sabe os grandes nomes da música que ela possui em mãos em seu projeto e por isso, ela consegue encaixar muito bem a dosagem entre os arcos que intercalam Lopez, Maluma e Wilson. Enquanto os dois primeiros conseguem expor seu talento musical em várias cenas (inclusive, a trilha sonora deste filme é excelente), o terceiro entra com a tonalidade mais cômica e dramática. E isso funciona, pois ele possui uma química com Lopez e convence como o “tiozão no meio da nova geração”. O mesmo pode-se dizer de Sarah Silverman (que estava sumida de grandes papéis em filmes), que vive a melhor amiga de Wilson e um divertido “alívio cômico” no meio de tudo.
Porém como estamos falando de um filme romântico clichê, o roteiro tenta usufruir das situações mais imbecis para terminar a história. Tudo ocorre com um simples “porque sim”, “porque eu quero” e até mesmo “não tô mais afim”. Tendo em vista o que já estava sendo apresentado, os últimos 20 minutos possuem duas tramas paralelas, sendo que uma delas é forçada totalmente.
Mesmo com seus clichês, “Case Comigo” era o filme de romance que o cinema estava carente há anos e ainda somos contemplados com uma ótima trilha sonora de Jennifer Lopez.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.