Crítica - Fresh - Engenharia do Cinema
Após uma passagem bastante sucedida no Festival de Sundance deste ano, “Fresh” teve seu lançamento direcionado para as divisões de streaming adulto da Disney (Hulu nos EUA, Star+ na América Latina). Com um ar totalmente independente e maluco, vemos um Sebastian Stan mostrando que por mais que ele pareça ser o amigável Bucky Barnes/Soldado Invernal, também pode ser um dos maiores e mais temidos psicopatas.
Imagem: Searchlight Pictures (Divulgação)
A história gira em torno de Noa (Daisy Edgar-Jones), que após vários encontros amorosos desastrosos conhece o enigmático Steve (Stan). Só que ela não imaginava que o mesmo teria um hobby um tanto peculiar, que é consumir carne humana.
Imagem: Searchlight Pictures (Divulgação)
Este é aquele clássico projeto onde ele pode direcionar para dois lados: ele pode ser um trash ao extremo ou um suspense que consegue ter diversas tensões criadas em momentos chaves. Partindo da segunda opção, a cineasta estreante em longas Mimi Cave opta por indiretamente homenagear o trabalho de Jordan Peele em “Corra!”. Através de um cenário bizarro, o roteiro de Lauryn Kahn coloca em pauta alguns temas atuais como sexismo, feminismo até mesmo luta de classes.
Estes recursos funcionam? Sim! Porém estamos falando de um roteiro sutil, onde ele coloca essas pautas em cena e devemos raciocinar sobre suas execuções e mensagens. Quando ele não está fazendo isso, Cave opta por criar uma atmosfera perturbadora, mas não tão impactante. Ao invés disso, ela coloca uma pegada de nonsense e neste contexto Stan acaba funcionando perfeitamente como psicopata (inclusive, chega até a assustar, em algumas cenas).
No final das contas, “Fresh” é uma grata surpresa que a divisão independente da Disney conseguiu nos propor neste início de 2022. Que continuem assim!
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.