Meus palpites para o Oscar 2022 - Engenharia do Cinema
A Cerimônia do Oscar 2022 irá acontecer em 27 de março, e habitualmente irei fazer minha cobertura pelo Engenharia do Cinema (pelo terceiro ano consecutivo). Após diversos termômetros mostrarem algumas vitórias distintas, confesso que algumas categorias podem cair em contradição pela Academia, por conta de N fatores de campanha e marketing.
Por isso, irei pautar meus palpites com breves comentários sobre os possíveis ganhadores. Não sei como base apenas alguns termômetros, como também outras vitórias e estilos dos votantes na hora de selecionarem o melhor, nas respectivas categorias.
A apresentação será comandada por Amy Schumer, Wanda Sykes e Regina Hall, e no Brasil terá transmissão pelo canal pago TNT, e pela plataforma de streaming do Globoplay, à partir das 22 horas.
Filme – “No Ritmo do Coração“: Após ter passado em branco nos cinemas nacionais, possivelmente este filme consiga se consagrar na categoria pelo simples fato de ser diferente e com qualidade. Ter protagonistas surdos e mudos, em uma trama totalmente emocionante é o fator crucial para ele ser consagrado.
Direção – Jane Campion, por “Ataque dos Cães“: Realmente são poucos diretores que conseguem captar perfeitamente a história de quatro personagens distintos, durante sua narrativa, sem apelar para o clichê e monotonia. A veterana vai vencer e merecidamente.
Ator – Will Smith por “King Richard“: Bom, mesmo sendo o trabalho mais fraco de todos os indicados, ele irá levar mais pelo conjunto da carreira e pela enorme semelhança com o verdadeiro Pai das tenistas Serena e Venus Williams.
Atriz – Kristen Stewart por “Spencer“: Sim, eu ainda vou teclar na vitória da mesma por diversos fatores. Seja pela enorme semelhança com Diana, ou até mesmo pela carga dramatica que ela conseguiu colocar em seu olhar. Realmente será a mais merecida na categoria.
Ator Coadjuvante – Troy Kotsur por “No Ritmo do Coração“: O mesmo irá entrar para a história por ser o primeiro ator surdo e mudo por a ter levado o prêmio na categoria, além do fato de nos ter entregado uma das mais divertidas performances do longa. Em certo momento rimos, e em outros choramos com sua interpretação.
Atriz Coadjuvante – Ariana DeBose por “Amor, Sublime Amor“: Certamente DeBose foi uma das principais almas do remake de Steven Spielberg, e conseguiu até mesmo roubar a cena da protagonista vivida por Ranchel Zegler. A atriz tem levado tudo nas premiações em geral, e não ia ser diferente agora.
Melhor Roteiro Original – “Belfast“: Conflitos políticos e religiosos, na perspectiva de uma jovem criança. Mesmo sendo um dos mais fracos entre os indicados (inclusive este ano esta categoria não está boa), certamente ele vai levar pelo fato de ser uma possível vitória de Kenneth Branagh (“Morte no Nilo”), após quase nove indicações sem vencer.
Melhor Roteiro Adaptado – “No Ritmo do Coração“: O longa venceu na categoria na premiação do Sindicato dos Roteiristas, e provavelmente vai surpreender também no Oscar, tirando o posto de um dos favoritos, “Ataque dos Cães“.
Melhor Filme Internacional – “Drive My Car“: Filme japonês tem conquistado todos os prêmios possíveis, independentemente do território. No Oscar, não poderia ser diferente.
Melhor Cabelo & Maquiagem – “Duna“: Após ter conseguido deixar vários atores irreconhecíveis em suas caracterizações, não consigo pensar em outro candidato mais justo.
Melhor Figurino – “Cruella“: Filme que se passa no universo da moda, e que homenageia clássicos do cinema como “O Diabo Veste Prada” e o próprio legado de Glenn Close. Certamente vai levar.
Melhor Animação – “Encanto“: Mesmo sendo uma das mais fracas da Disney, nos últimos anos, a mesma irá levar pelo simples fato de ter entre seus envolvidos Lin Manuel-Miranda (responsável pela sucedida peça disponível no Disney+, “Hamilton”).
Melhor Canção Original – “No Time To Die” (“007 – Sem Tempo Para Morrer“): Certamente a canção que encerra o arco de Daniel Craig, possivelmente irá levar terceiro o Oscar consecutivo da franquia 007.
Melhor Trilha Sonora – “Encanto“: Mesmo não ter sido indicado na categoria de canção original, possivelmente a Academia vai compensar a animação neste quesito dando o prêmio a mesma na categoria.
Melhores Efeitos Visuais – “Duna“: Com quase todo o filme sendo feito em uma tela verde e todo cenário utilizado sendo mostrado em CGI, a perfeição em cena irá ser o fator crucial em relação aos outros candidatos.
Melhor Design de Produção – “O Beco do Pesadelo“: Mesmo não sendo o melhor filme do Del Toro, o clima noir misturado com expressionismo alemão, durante boa parte do cenário apresentado, é suficiente para o mesmo ter como essa sua única vitória na noite.
Melhor Fotografia – “Duna“: Um dos grandes destaques da adaptação de Dennis Villenueve, foi a excelente fotografia de Greig Fraser. É uma das peças fundamentais para essa narrativa.
Melhor Som – “007 – Sem Tempo Para Morrer“: Devido a diversas cenas de ação terem sido realmente filmadas (com auxilio de CGI, apenas quando necessário), e a equipe ter conseguido captar uma excelente acústica (confesso que é difícil reconhecer mixagem e edição de som em uma única categoria, pois isso varia de acordo com o filme). Certamente será o segundo prêmio consecutivo do longa, e mais uma vez um título da franquia 007 também sendo reconhecido nesta categoria. Mas isso não deixa “Duna” como seu principal concorrente e com chances de vitória.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.