Crítica - Inverno - Engenharia do Cinema
Pode-se dizer que “Inverno” é um dos projetos mais pessoais do cinema nacional, no período pós-lockdown. Totalmente idealizado pelo cineasta Paulo Fontenelle e o casal Thaila Ayala e Renato Góes, em meados de 2020, foi pensado como algo para ser feito da forma mais segura possível e também acessível (afinal, não era fácil gravar um filme, em meio a diversas restrições sanitárias). Mesmo com uma ótima história de bastidores, estamos falando de um projeto que infelizmente não fez jus ao processo.
Imagem: Cachoeira Filmes (Divulgação)
Na trama, o casal Beatriz (Ayala) e Rodrigo (Góes) estão vivendo uma grande crise no relacionamento, devido as altas tensões criadas durante o período de lockdown, na pandemia. Mas a situação fica mais delicada quando uma antiga amiga da primeira (Barbara Reis), resolve passar uns dias com os mesmos. Porém eles descobrem que ela está listada na lista dos falecidos pela COVID-19, em um jornal.
Imagem: Cachoeira Filmes (Divulgação)
Apesar da atmosfera de tensão ser semelhante com a de vários casais mundo afora, durante a época de lockdown, o roteiro de Fontenelle acaba apelando para o recurso de “terror psicológico” ao tentar confundir a mente do espectador com alguns ocorridos. Porém, realmente em dado momento tudo soa como um conjunto de esquetes, editadas na forma de um filme.
A começar pela enorme ausência de explicações para a relação entre os personagens, pois eles estão ali, simplesmente jogados e agindo conforme consequências que o roteiro deixa nossa própria cabeça raciocinar o que significa tudo aquilo. Mas, mesmo com boas atuações do trio protagonista, isso não torna suficiente para conseguirmos comprar a premissa do longa.
Mesmo com uma ótima história de bastidores, o longa “Inverno” acaba sendo mais uma pérola do cinema nacional que logo cairá no esquecimento.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.