Crítica - Terror no Estúdio 666 - Engenharia do Cinema
Este é aquele típico longa cujo propósito foi apenas reunir os amigos, gravar várias cenas distintas e tirar boas lembranças. Porque não existe outra justificativa melhor para o vocalista do Foo Fighters, Dave Grohl idealizar este “Terror no Estúdio 666“. Tendo como base clássicos slashers como “Horror em Amityville” e “O Iluminado“, este filme certamente pode ser considerado uma homenagem bastante pobre aos citados.
Imagem: Sony Pictures (Divulgação)
Na trama os integrantes do Foo Fighters interpretam versões satíricas de si mesmos, e após uma pressão do empresário da banda (Jeff Garlin), o vocalista Dave Grohl acaba fazendo com que ele e os outros membros da banda se mudarem, temporariamente, para uma mansão isolada, com o intuito de fazerem seu novo álbum. Porém, acontecimentos no local fazem com que a situação acabe envolvendo várias possessões demoníacas.
Imagem: Sony Pictures (Divulgação)
O roteiro de Jeff Buhler e Rebecca Hughes parte da seguinte premissa: você já conhece os Foo Fighters e sabe como são as personalidades deles. Agora se divirta em ver em várias situações esdrúxulas do cinema de horror. Em um filme de slasher, um dos principais tópicos é que não nos importamos com os personagens e os vemos apenas como pedaços de carne, esperando para serem cortados das mais malucas formas. Mas aqui, estamos falando de uma banda, onde existe uma legião de fãs. Só que em momento algum nós conseguimos realmente demonstrar interesse por ninguém, que não fosse o próprio Grohl.
Apesar dele estar até mesmo engraçado na brincadeira, e ter conseguido encarnar bem sua versão satírica, o restante da banda parece estar lá apenas por questões contratuais (mas vale ressaltar que ele teve um arco bem próximo com o finado baterista Taylor Hawkins). Por conta destes quesitos, a narrativa de BJ McDonnell acaba se tornando bastante cansativa, e 100 minutos se transformam em quase três horas (independentemente se você é fã ou não da banda, pois sequer são exploradas músicas da mesma).
Além do desperdício de não terem explorado músicas populares da banda, nomes como Will Forte, Jenna Ortega e até mesmo o veterano John Carpenter são totalmente desperdiçados em cenas banais, e de pouca exploração. Chega a ser vergonhoso, em alguns momentos.
Em sua conclusão, “Terror no Estúdio 666” acaba soando mais com uma reunião de amigos, ao invés de um filme slasher, pois não existe outro motivo para os Foo Fighters terem idealizado este projeto pensado por Dave Grohl.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.