Crítica - Sentença - Engenharia do Cinema

publicado em:13/04/22 11:36 PM por: Gabriel Fernandes Amazon PrimeCríticasSériesTexto

Pegue uma receita de vitamina. Coloque todos os vegetais, legumes e doces existentes e bata em um liquidificador. Ao ingerir, certamente você vai sentir um gosto estranho, embora a composição tenha levado todos os ingredientes possíveis. É nesta sensação que se assemelha a nova série nacional da Amazon, “Sentença“. Com vários assuntos sendo jogados em cena, a sensação é que o projeto de Paula Knudsen (“Samantha!“) queria várias coisas e acabou sendo nada.   

Imagem: Amazon Studios (Divulgação)

A história tem inicio quando Dinorah (Lena Roque) acaba incendiando um homem por um motivo desconhecido. Como a cena acabou sendo gravada de forma inusitada, ela vai presa, e tem como advogada de defesa Heloísa (Camila Morgado). Mas, a medida que as investigações vão começando a serem feitas, muitas coisas piores começam a aparecer.

Imagem: Amazon Studios (Divulgação)

Certamente para esta primeira temporada ter seis roteiristas, em seus seis episódios, certamente isso soaria uma bagunça total. Apesar do escopo continuar sendo firme e forte, a trama parece cada hora tentar falar de vários assuntos distintos como homossexualidade, feminismo, sexo, violência contra mulher, racismo, milicia e até mesmo adoção. Para abordar estes temas, primeiramente devemos ter personagens com que nós nos importamos. Infelizmente, neste quesito a narrativa acaba sendo totalmente confusa. Porque ela coloca um carácter (ou dois) para abranger estes tópicos.    

Isso acaba fazendo com que a narrativa fique totalmente arrastada, cansativa e às vezes até confusa (já que a montagem coloca uma cena de masturbação, intercalando com uma discussão sobre feminismo). Sim, a trama central realmente em muitas das vezes acaba sendo esquecida, de uma maneira onde realmente nos questionamos sobre “qual tipo de série estamos assistindo?”. Embora tenha ótimas atuações de Morgado, Roque, Fernando Alves Pinto e até mesmo do estreante ator mirim Victor Hugo Martins (que realmente tem potencial na área). Porém, isso não é suficiente para classificar a série como boa. Ao invés de parecer seis episódios com 45 minutos cada, parece estarmos maratonando um seriado com mais de 20 anos e 30 capítulos.

A primeira temporada de “Sentença” acaba sendo uma verdadeira salada mista, pelos quais os ingredientes acabam causando congestão pela péssima forma pelas quais eles são apresentados.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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