Crítica - O Segredo de Madeleine Collins - Engenharia do Cinema
Certamente este é o típico filme que vai acabar encalhando em algum catálogo de streaming, e vai fazer algum sucesso se houver um bom marketing quando for disponibilizado pela Netflix. Lançado no Brasil durante o Festival Varilux de Cinema Francês, “O Segredo de Madeleine Collins” parece uma verdadeira novela quando estamos falando de um suspense composto de “blocos”. Em seus 100 minutos de projeção, a trajetória da personagem de Virginie Efira parece ter sido tirada de uma novela das nove da Rede Globo, mas quando elas mexiam com nossa mente (algo que era recorrente durante os anos 90/2000).
Imagem: Synapse (Divulgação)
A história gira em torno de Judith Fauvet (Efira) uma mulher que possui uma vida dupla, onde ela possui duas famílias totalmente diferentes, ao mesmo tempo. Em ambas, ela possui filhos, maridos e até mesmo uma carreira de sucesso. Só que tudo começa a ser questionado, quando começam a aparecer consequências e descobertas sobre suas vidas.
Imagem: Synapse (Divulgação)
O roteiro de Antoine Barraud (que também assinou a direção) é totalmente composto por fases, onde nos primeiros minutos ele tenta procurar estabelecer algumas peças e espera que nos recordemos mais para frente. Posteriormente, ele já vai jogando as situações novelescas, com direito a frases de efeito de Efira e do restante do elenco.
Só que como esta é uma atriz respeitada e consagrada (tanto que seus últimos filmes enfatizaram o nome da atriz em Cannes e no mundo), Barraud tenta tirar o máximo dela (e com êxito) em situações dramáticas. Mas além dela, apenas o ator Thomas Gioria (que interpreta seu filho mais velho, Joris Fauvet), nos entrega algo em seu nível.
Realmente, este tipo de filme não é voltado para todos os públicos, pois ele possui um desenvolver bastante lento, depressivo e até mesmo “cansativo” (até termos o quebra-cabeça totalmente perto de seu desfecho). Se tiraria um pouco da metragem dele, para ser mais movimentado? Eu confesso que não, pois este tipo de narrativa em média deve ter cerca de 1h40 mesmo.
“O Segredo de Madeleine Collins” acaba terminando como um suspense mediano, que acaba se perdendo ao tentar se dividir entre este estilo e o dramático.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.