Papo de Colecionador Influencers #1 - Vithor Lee - Engenharia do Cinema
Já é certo que nós do Engenharia do Cinema nutrimos uma grande paixão pela mídia física, e após o sucesso das entrevistas com diversos nomes da área do colecionismo, chegou a vez de abrirmos as nossas portas para os colecionadores com veículos de comunicação no Youtube, Instragram e Facebook.
Hoje batemos um papo com o proprietário do canal “Vithor Collector“, Vitor Alves de Souza, conhecido pela comunidade como Vithor Lee. Com 23 anos, o estudante em técnico de enfermagem desenvolveu o projeto inicial de seu canal há quase nove anos, e pensou em utilizar o mesmo para expressar sua paixão pelo cinema e amor à mídia física. Mas apenas em 2020, ele botou o projeto na prática e abriu o canal citado e até hoje possui um carinho por vários colecionadores.
Engenharia: Quando você começou a colecionar?
Vithor: Comecei a colecionar mídias físicas em 2011, de forma involuntária, quando ganhei meu primeiro filme, “O Curioso Caso de Benjamin Button” (Edição Simples) em DVD, como presente do meu irmão mais velho, que havia comprado em uma viagem, na Livraria Saraiva. Foi daí em diante comecei a criar interesses em entrar no mundo de colecionador de filmes. Em 2014 comprei meu primeiro Blu-Ray, a edição tripla diamante de “O Rei Leão”, que superou todas minhas expectativas em questões de qualidade, e assim, sucessivamente veio a mídia 3D e 4K também.

Imagem: Autor (Divulgação)
Engenharia: Como surgiu a ideia de começar o seu canal?
Vithor: Podemos dizer que teve “um prelúdio”. Anteriormente fazia análises de algumas edições que já possuía, por volta de 2013/2014. De uma forma bem espontânea, sempre postava estas apenas no meu perfil do Facebook e, desde então, alguns amigos me sugeriram criar um canal no youtube. Mas só em 2020 que criei meu canal, com o intuito de poder continuar compartilhando minhas edições, com mais pessoas. Tudo com aquela mesma intenção de antes, fazendo análises da forma que sempre quis ver em outras pessoas, que até então não era muito comum no início da década de 2010. Eu queria expressar meu amor pelos filmes, minhas reações, meus espantos e minhas técnicas para as pessoas em geral. E a partir disso, surgiu o meu canal no youtube “Vithor Collector“.

Imagem: Autor (Divulgação)
Engenharia: Quais são suas maiores edições?
Vithor: Eu não diria maiores, mas as que tenho um valor sentimental significativo são:
Box Superman Motion Picture Anthology 1978 – 2006
Box Halloween (Obras Primas do Cinema)
Cinemagia: A História das Vídeo Locadoras de São Paulo (GiftSet da Relevant)
Campo dos Sonhos (Edição 4K)

Imagem: Autor (Divulgação)
Engenharia: Quais são os maiores problemas que você enfrenta na comunidade de mídia física?
Vithor: Certamente, a mídia digital como um todo. Em cima disso, foi criado um meio de barreira, onde desde a sua formação veio extinguir a mídia física e não é de hoje, pois é algo que vem desde o começo. Mas antes era bem discreto e imperceptível, mas agora com a alta dos streamings, vendas digitais (mais acessíveis) e até o próprio aluguel digital, o espaço em nossas prateleiras foram e continuam ficando cada vez mais vagos com o decorrer do tempo, com empresas deixando de lado a distribuição própria e se associando a serviços de streamings. Enquanto outras que deixaram por não serem lucrativas e focar em apenas o digital (por ser mais barato na distribuição). Perdemos o espaço nesse meio e estamos cada dia que passa, mais perto de perder o que ainda resta.

Imagem: Autor (Divulgação)
Engenharia: Como você enxerga o cenário atual da mídia física brasileira? Acredita que ainda teremos edições de luxo como as vistas em “O Quinto Elemento” e “Midsommar”?
Vithor: Problemático, o mercado de mídia física na atualidade enfrenta seu maior problema, não digo só por mim, mas acredito que falo por diversos outros colecionadores, que são os preços exorbitantes em um momento tão complicado e crítico de nosso país, tivemos a festa do catálogo entre 2020/2021, foi algo surpreendente, e maravilhoso. Mas com isso, veio também as consequências no mercado, como os altos números das tiragens que não se pagaram (em alguns casos), e assim sucessivamente.
Para termos edições tão grandiosas como vimos, será necessário um olhar diferente para o nosso mercado atual, não só como antes da pandemia, mas imediatamente isso precisa ser visto, pois estamos no momento crucial do mercado de mídia física, ou as coisas mudam como deve ser feito, ou que resta vai acabar sendo o fim. Sabemos que não estamos em um momento dos mais favoráveis de nosso meio, mas se algo for revisto, às tabelas mudarem (e isso em todos sentidos), teremos uma “volta das cinzas”. Mas isso tem que funcionar, caso contrário, estamos por um triz.

Imagem: Autor (Divulgação)
Engenharia: Quais são suas outras coleções, além de mídia física?
Vithor: Eu não diria exatamente que faço coleção, mas possuo alguns livros específicos que para mim são essenciais, e também baldes de pipoca que adquiri em algumas sessões de filmes que tive a oportunidade de ir no cinema conferir, não são baldes extremamente articulados ou diferentes, pois na minha região infelizmente não tem, mas ainda sim dar um brilho bacana pra acompanhar minhas coleções.

Imagem: Autor (Divulgação)
Redes sociais do canal Vithor Collector: Youtube, Facebook, Instagram.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.

Obrigado pela oportunidade de participar dessa entrevista, foi muito gratificante.