Crítica - Predador: A Caçada - Engenharia do Cinema

publicado em:6/08/22 8:46 PM por: Gabriel Fernandes CríticasStar+StreamingTexto

Desde que foi anunciado pela 20th Century Studios, “Predador: A Caçada” causou muita desconfiança por todos, uma vez que a Disney conseguiu a proeza de estragar todas as obras que eram da Fox até então. Porém, mesmo tendo como diretor o experiente Dan Trachtenberg (“Rua Cloverfield, 10”) sabíamos que o projeto teria uma chance grande de ser bom. E felizmente ele acertou em sua narrativa, e conseguiu tirar o gosto amargo que a versão “satírica” de 2018, havia deixado.

Imagem: 20th Century Studios (Divulgação)

A história se passa em 1719, quando a índia Naru (Amber Midthunder) e sua tribo tem seus caminhos cruzados com o misterioso ser alienígena Predador, e tudo começa a se tornar um verdadeiro jogo de gato e rato.

Imagem: 20th Century Studios (Divulgação)

Trachtenberg está ciente que o local onde se passa a narrativa pode haver diversas cenas explorando o ambiente e situações que fazem jus ao termo “Predador”. De forma progressiva, este é apresentado sempre de maneira sutil, com animais pequenos sendo atacados por maiores, e estes sendo finalizados pelo próprio Predador (inclusive o CGI é muito bem conduzido nestas horas). Outro quesito que chamou atenção é a fotografia de Jeff Cutter (que já trabalhou com o diretor em “Rua Cloverfield, 10“), que se assemelham a verdadeiras pinturas de tão belas, e que seriam melhor aproveitadas se a produção tivesse sido lançada nos cinemas (mostrando mais uma vez que a Disney não sabe trabalhar seus produtos).

Mas como estamos tratando de uma produção do gênero de terror, obviamente que as mortes e as formas de como ela seriam feitas, deveriam ser criativas e impactar o espectador. Só que mesmo se tratando de um produto direto para o streaming, vemos que o estúdio tinha medo de mostrar certas mortes e elas sempre são “cortadas” ou “vistas de outros ângulos”, para não chocar o espectador. Sem dúvidas, o original acaba vencendo neste quesito também.

Agora com relação ao roteiro de Patrick Aison, confesso que ele possui diversos problemas a começar pela questão de colocar a protagonista como uma pessoa implacável e todos os outros personagens ao seu redor sejam vilões ou burros (inclusive, as falas sempre fazem questão de enaltecer a mesma ou jogar frases de efeito que tratam debates inexistentes naquela época). Inclusive a própria Naru consegue ter carinho e atenção do espectador em poucos minutos de projeção, não pelo seu carisma, e sim pela presença de seu cachorro (cujas cenas de interação entre eles são ótimas).

Predador: A Caçada” pode-se dizer como uma luz no fim do túnel, em meio ao caos de diversas produções horripilantes que a Disney fez com os produtos da Fox.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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