Crítica - Não Se Preocupe, Querida - Engenharia do Cinema
Realmente estamos falando de um projeto um tanto que polêmico, uma vez que muitas pessoas desviaram a atenção do longa para focar nas tretas de bastidores (como o namoro de Olivia Wilde com Harry Stiles, as confusões de ego entre esta e Florence Pugh e a mais recente “cuspida” daquele em Chris Pine). O fato é que por aqui falamos e bebemos cinema, e fofocas deixamos para aquelas páginas que “entendem de cinema”. Sim, “Não Se Preocupe, Querida” é uma daquelas produções que conseguem entrar em nossa cabeça e nos fazer se questionar realmente sobre o que vai acontecer.
Imagem: Warner Bros Pictures (Divulgação)
A história é centrada no casal Alice e Jack Chambers (Pugh e Stiles), que resolvem se mudar para um local totalmente tranquilo, em meados dos anos 50. Enquanto os homens trabalham, as mulheres cuidam da casa e da família, mas embora o clima conservador do local pareça um tanto que normal, a primeira passa a desconfiar que nem tudo é o que parece.
Imagem: Warner Bros Pictures (Divulgação)
Começo enfatizando o talento de Olivia Wilde como diretora, que em “Fora de Série” já havia mostrado brevemente que possui realmente um dote plausível e que merecia reconhecimento (uma vez que ela sabia tratar bem as sequências de romance, comédia e até mesmo com outras tecnologias como a de Stop-Motion).
Aqui, ela nitidamente aplicou um estudo sobre as principais atrizes dos anos 50 e colocou o visual delas em todas as personagens (ela mesma, remeteu a Bette Davis), em uma referência que é nítida para aqueles que conhecem realmente a sétima arte. Enquanto os homens remeteram aos mafiosos (uma vez que em 80% das cenas, os vemos de ternos em preto e branco), que naquela época estava em ápice. Isso sem citar o figurino, design de produção e até mesmo diálogos, que remetem a um filme dos anos 50.
Isso sem citar que ela sempre coloca um pouco de figuras homeopáticas, que tendem a ser como “pílulas” dentro de nossa mente, ao tentar raciocinar sobre o que está por vir. Embora algumas atuações, também remetam a enorme estranheza da situação como um todo (lembrando até momentos da clássica série “The Twilight Zone – Além da Imaginação“).
Com relação às atuações, realmente ela foi inteligente em ter colocado Florence Pugh (“Midsommar) como a protagonistas e Chris Pine (“Star Trek“) como antagonista, uma vez que ambos já conseguiram demonstrar que possuem o semblante necessário para ambos estilos. Embora Harry Stiles esteja operante, não podemos realmente dizer que ele é bom como ator neste papel.
“Não Se Preocupe, Querida” acaba sendo um interessante suspense, que não deixa de ser uma carta de amor ao cinema clássico.
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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.