Crítica - Dahmer: Um Canibal Americano - Engenharia do Cinema
Realmente o cineasta Ryan Murphy pode ser dito como um dos principais nomes no que se trata de “fazer séries de qualidade”. Após ter fechado um contrato com a Netflix, para realizar diversas produções em formato de séries e filmes, o mesmo apresentou agora “Dahmer: Um Canibal Americano“. Dividida em dez episódios com cerca de 50 minutos cada, eles consegue não apenas prender o espectador pelo impacto no enredo, como também pela excelente atuação de Evan Peters (que já trabalhou com ele em várias temporadas de “American Horror Story”), que interpreta o frio assassino e canibalista, Jeffrey Dahmer.
Imagem: Netflix (Divulgação)
A trama tem como intuito mostrar a trajetória de Dahmer desde sua infância/adolescência, passando pelos seus principais assassinatos (que ao todo foram 17), até seu julgamento e prisão. Ao mesmo tempo onde somos colocados na mente do mesmo, intercaladamente a história também é dividida com arcos envolvendo algumas vítimas e até mesmo a luta de sua vizinha Glenda (Niecy Nash), para tentar fazer o mesmo ser julgado e preso pelas autoridades. Uma vez que a própria polícia não estava ligando para o caso, por envolver negros e homossexuais (justamente em uma região onde haviam diversos preconceitos com estes).
Imagem: Netflix (Divulgação)
Murphy sabe realmente como captar a atenção do espectador, pois ele consegue nos colocar como uma verdadeira pessoa “frágil”, ao conseguir fazer chegarmos a ter pena do próprio Dahmer (algo que quaisquer psicopatas fazem, para conseguir se passar como “santos”). E isso é realizado com maestria pelo próprio Peters, que está assustador no papel deste por conta de seus olhares, ala arrastada e diminuta (com intuito de sempre se mostrar o coitadinho), que em quatro paredes se transformava em alguém tremendamente assustador.
O único ator que consegue roubar a cena do próprio, e o veterano Richard Jenkins (“O Ataque“), que interpreta o Pai de Dahmer, Lionel. Em seus diálogos, olhares e expressões, sentimos totalmente pena do mesmo e o quão ele está ciente de que não tem como controlar as atitudes do filho. Auxiliado com uma maquiagem que o deixou irreconhecível (inclusive, a mesma foi aplicada em nomes como de Molly Ringwald, que também deixaram esta com outra feição), sua atuação consegue ser o verdadeiro balanço e interlocutor entre a insanidade e sanidade de toda a situação.
Mesmo com as atuações sendo o carro forte, assim como o próprio roteiro, o mérito também decai em cima da fotografia da série, assinada por Jason McCormick e John T. Connor, que utiliza uma pastilha com tons acinzentados e mostarda, para remeter a cor do próprio apartamento onde Dahmer cometia seus crimes. Juntamente com os constantes enquadramentos no rosto deste, minutos antes de seus momentos chaves, realmente acabam aumentando a sensação de intimidação.
“Dahmer: Um Canibal Americano” acaba sendo mais uma minissérie de Ryan Murphy, que consegue captar a atenção do seu espectador com uma trama bastante impactante e atuações excelentes.
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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.