Crítica - Morte Morte Morte - Engenharia do Cinema

publicado em:7/10/22 12:07 PM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto

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Fazendo um sucesso considerável nos Festivais de Cinema de Southwest e Sundance, finalmente chegou ao Brasil o longa “Morte Morte Morte“. Com produção do estúdio A24 (que tem fama de sempre entregar longas bons) e estrelado por nomes em ascensão em Hollywood como Maria Bakalova (a filha do Borat), Pete Davidson (“A Arte de Ser Adulto”) e Rachel Sennott (“Shiva Baby”), o projeto já possuía atenção dos mais cinéfilos por este tópico. Apesar de ter uma premissa que se assemelhe com longas como “A Noite das Brincadeiras Mortais“, a mensagem que o mesmo apresenta, nos faz refletir demais com a nossa sociedade atual.

Imagem: Sony Pictures (Divulgação)

 A história tem início com Bee (Bakalova) sendo levada por sua namorada Sophie (Amandla Stenberg) para passar um período na casa de campo de David (Davidson), junto de várias outras amigas. Durante a noite, regados à drogas e bebidas, eles resolvem brincar de “Morte Morte Morte“, um jogo onde a premissa é tentar descobrir quem é o verdadeiro assassino. Só que tudo começa a desandar, quando durante uma tempestade a luz acaba e um deles aparece morto de verdade.    

Imagem: Sony Pictures (Divulgação)

Não hesito em dizer que a história de Kristen Roupenian realmente é um verdadeiro reflexo da nossa sociedade, e ao adaptar esta ideia em seu texto, a roteirista Sarah DeLappe sabe como colocar as características ideais em seus personagens. Em um grupo composto por jovens que se preocupam sempre estar bem nas redes sociais, temos desde a mais militante até mesmo a que paga de boa samaritana, mas é a mais hipócrita. É aí que entramos na fatídica “cultura do cancelamento”.    

É quando as investigações para descobrir quem é o verdadeiro assassino, entram em cena, pois assim como a militância citada, sempre o foco é direcionado para um personagem “X”, sem provas e muito menos sentidos concretos. Falas que envolvem “eu vi seu passado nas redes sociais” e até mesmo pautas sobre “vida financeira de classe X ou Y”, acabam sendo levadas ao debate dos mesmos (quando a própria diretora Halina Reijn, já havia mostrado que todos eram hipócritas em suas atitudes esdrúxulas).   

Ressalvo que não é um filme onde podemos também exigir grandes atuações, pois estamos falando de personagens genéricos e que vemos em quaisquer situações do nosso dia, ou seja, muitas se resumiram a viverem perfis que já viveram nos cinemas anteriormente (vide Davidson e Lee Pace). O mesmo digo sobre a direção de Rejin, que é operante e às vezes até extrapola um pouco o recurso de câmera na mão (mesmo tendo um cenário que está sofrendo um apagão, por conta de uma tempestade).     

Morte Morte Morte” acaba sendo não apenas um filme de suspense genérico, mas uma análise profunda de quão a “cultura do cancelamento”, pode ser mais fatal do que imaginam.   

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Gabriel_Fernandes

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



A última modificação foi feita em:novembro 28th, 2022 as 20:45


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