Crítica - Pearl - Engenharia do Cinema
Depois do longa “X” ter surpreendido muitos espectadores no início deste ano, o roteirista/diretor do mesmo Ti West comentou que o segundo filme já estava pronto e que seria um prequel do que foi visto. Só que ele seria seria centrado totalmente em Pearl (Mia Goth), a senhora psicopata do original e que seria novamente vivida por Goth (já que esta estava coberta por enorme maquiagem, permitindo isso ser feito no universo da franquia), que também estrelou o original (cujo arco irá continuar em “MaXXXine“, que estreará em 2023)
Imagem: A24 (Divulgação)
A história é centrada na juventude de Pearl, quando seu marido Howard (Alistair Sewell) foi lutar na guerra, enquanto ela cuidava de seu Pai enfermo (Matthew Sunderland) e convivia com sua excêntrica mãe (Tandi Wright).
Imagem: A24 (Divulgação)
West aproveita em seus minutos iniciais para colocar o máximo de easter-eggs possíveis de “X”. Seja o cenário sendo o mesmo, o crocodilo assassino até mesmo o uso da cor vermelha em exaustão (algo que foi usado também no original). Mas mero engano que você acha estarmos falando de um slasher habitual, uma vez que a narrativa procura em traçar o perfil psicológico da personagem em um primeiro plano, até ela virar a psicopata vista no original (inclusive as cenas de morte beiram mais para o psicológico, do que o gore puro).
E neste contexto é explorada uma homenagem ao cinema clássico, que na época da Primeira Guerra ainda estava começando a ganhar vida por intermédio de vários musicais (pelos quais Pearl nutria um sonho de entrar no elenco de algum). No arco que engloba o breve relacionamento desta com um projecionista (David Corenswet), vemos mais um pouco além de como era o cinema naquela época, englobando também com o contexto da Gripe Espanhola (embora tenham feito um parâmetro com a pandemia atual, ao colocar os personagens de máscara em um primeiro momento, e depois esqueçam deste contexto).
E o grande mérito também decaí sobre Goth (que cuidou do roteiro junto de West), que realmente esta assustadora no papel, e apresenta uma desconstrução lenta de sua personagem. Embora ela já se assemelhe com um olhar psicótico, fala acanhada e comportamentos dignos deste perfil. Sem dúvidas, ela se mostrou uma baita atriz neste papel.
“Pearl” acaba conquistando o espectador fã do cinema slasher, por conta de sua originalidade ao conduzir sua história e deixa claro que a franquia “X” está realmente funcionando.
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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.