Crítica - Eike: Tudo ou Nada - Engenharia do Cinema
Não precisa ser assíduo nos telejornais e notícias para conhecer Eike Batista. Sendo um dos homens mais ricos do país na última década, o mesmo enfrentou dezenas de escândalos de corrupção por conta de envolvimentos com os governos Lula, Dilma e vários outros empresários brasileiros, para conseguir fazer com que sua empresa se estabelecesse no ramo petrolífero.
Imagem: Paris Filmes (Divulgação)
Baseado no livro de Malu Gaspar, “Tudo ou Nada: Eike Batista e a Verdadeira História do Grupo X“, “Eike, Tudo ou Nada” não procura focar na sua trajetória desde seu principio, mas apenas um recorte de quando acrescentou em suas empresas do grupo X, uma área petrolífera. Sendo interpretado por Nelson Freitas (que realmente se parece e muito com ele), vemos a ascensão e queda de um dos mais respeitados nomes do Brasil.
Imagem: Paris Filmes (Divulgação)
Bebendo até demais de uma fonte chamada “O Lobo de Wall Street” (que tinha três horas de duração), o longa da dupla Dida Andrade e Andradina Azevedo (que também assinaram o roteiro) resolve condensar fatos vividos pelo empresário durante anos, em menos de 100 minutos de projeção. Para contar a vida de uma personalidade como Eike (ainda mais em uma passagem como esta retratada no longa), era necessário no minimo ter uma produção com cerca de 150 minutos.
Com intermédio de momentos infames (como uma cena que mostra ele mastigando em um jantar com outros executivos, para representar que ele estava sendo mais poderoso que todos), diálogos vergonhosos e falta de nexo em algumas cenas (uma vez que muitas passagens são resumidas em cenas aleatórias como seu casamento com Luma de Oliveira, vivida por Carol Castro, que aparece em menos de dois minutos).
Embora Freitas nitidamente esteja bem a vontade no papel, faltou ter em mãos um roteiro mais ácido e que colocasse o espectador mais dentro daquele cenário. Faltou mostrar mais de sua trajetória, seus grandes objetivos (já que tudo isso ficou resumido à diálogos pastelões) e até mesmo quando foi descoberto seu envolvimento em grandes situações de corrupção, durante a Operação Lava Jato (que também ficou literalmente jogado, de maneira porca).
“Eike, Tudo ou Nada” é exatamente como seu próprio título pressupõe, pois ele tenta contar tudo que podia e acaba sendo absolutamente nada de relevante. Certamente esta história voltará a ser contada de outra perspectiva, em um futuro próximo.
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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.
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