Crítica - Instinto Selvagem - Engenharia do Cinema

publicado em:27/11/22 10:00 AM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto

Sendo considerado um dos grandes clássicos do cinema, “Instinto Selvagem” completou 30 anos de lançamento em 12 de junho deste ano. Dirigido por Paul Verhoeven (“O Vingador do Futuro”), o longa foi estrelado por Michael Douglas e Sharon Stone (que se tornou um grande Sex Simbol, depois da icônica cena das pernas no interrogatório), rendeu mundialmente cerca de US$ 353 milhões (com um orçamento de US$ 49 milhões) e ainda recebeu indicações ao Oscar de trilha sonora e edição. Mas o que fez este filme um sucesso? O simples fato da segunda conseguir manipular não só o personagem daquele, como também seu público (que se via no lugar do próprio em diferentes situações).

Imagem: Studio Canal (Divulgação)

A história mostra o detetive Nick Curran (Douglas) que é colocado para investigar o assassinato brutal de um astro do Rock. E no meio das mesmas, ele acaba reparando que sua amante, a escritora Catherine Tramell (Stone), pode ter sido a culpada pelo ato e passa a observar mais seu “estranho” comportamento (uma vez que ela escreveu um romance similar ao contexto apresentado).

Imagem: Studio Canal (Divulgação)

Após ter estrelado o icônico “Atração Fatal” (lançado em 1987), não existia outro ator com tamanha presença para fazer um contraponto com uma protagonista psicopata (no caso, Stone), do que o próprio Douglas. Com a mente do espectador fresca do longa citado, o fator ainda auxilia a criarmos empatia com o mesmo diante das situações complexas vivenciadas por ele. 

Embora aqui ele seja um detetive que lida com problemas alcoólicos, drogas e outras questões pessoais, ele acaba entrando em um verdadeiro cenário de gato e rato com Catherine. A cada investida e indiretas jogadas para o mesmo, facilmente nos colocamos dentro do seguinte pensamento “Valeria a pena quebrar a ética, para satisfazer os nossos desejos mais íntimos?”.

E como estamos falando de um filme que há muitas cenas de sexo, o diretor Paul Verhoeven sabe que até nestes momentos podem ser plantadas algumas sementes importantes para o decorrer da trama, seja por uma posição ou atitude durante o ato, isso tem ligação com a própria história, por mais bizarro que possa parecer (vide quando Catherine arranha brutalmente Nick).

Ainda falando sobre Sharon Stone, sua atuação conseguiu ser assustadora, ao mesmo tempo que sensual. Uma vez que ela transparece medo em quaisquer homens ao seu redor, com simples atitudes apelativas (como na sequência do interrogatório, ou a naturalidade com que ela fala sobre coitos com desconhecidos) e seus olhares com duplos sentidos (uma lástima ela não ter conquistado mais papéis complexos). Uma verdadeira aula para “atores de franquias como ‘50 Tons de Cinza‘”.

Depois de 30 anos do seu lançamento, “Instinto Selvagem” mostra que facilmente é outro grande clássico do cinema, que envelheceu bem e ainda continua causando mais impacto que muitos longas atuais.

Compre pela Amazon através de nosso link e já estará ajudando o Engenharia! Clique Aqui.

Gabriel_Fernandes

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



Post Tags

Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


Comentários



Adicionar Comentário