Crítica - Glass Onion: Um Mistério Knives Out - Engenharia do Cinema

publicado em:23/12/22 5:14 PM por: Gabriel Fernandes CríticasFilmesNetflixTexto

Adquirida pela Netflix em 2020, a franquia “Entre Facas e Segredos” acabou se tornando um dos carros chefes da plataforma (que ainda ganhará um terceiro longa previsto para 2024). Assim como o primeiro (lançado nos cinemas em 2019), este conta com um elenco gigante de estrelas encabeçados pelo veterano Daniel Craig (que depois de 007, encontrou uma nova franquia para chamar de sua) e compostos por Edward NortonKate HudsonDave BautistaLeslie Odom Jr., Kathryn HahnJessica Henwick, Janelle Monáe e sem citar as diversas participações especiais que ocorrem de forma homeopática (que vão de Ethan Hawke até Hugh Grant).

Novamente produzido, escrito e dirigido por Rian Johnson, o mesmo tem ciência para fazer uma continuação deste tipo de filme deverá partir para outros rumos e não ao clássico “reboot do original” (como a maioria das continuações fazem). Realmente “Glass Onion: Um Mistério Knives Out” chegou para tirar o gosto amargo de vários conteúdos horrendos que a Netflix vinha deixando neste ano.     

Imagem: Netflix (Divulgação)

A história tem início com um grupo de amigos de longa data que recebem um enigmático convite do bilionário Miles Bron (Norton), que os chama para um final de semana em sua casa localizada em uma ilha deslocada da cidade. Entre os convidados, está o famoso e respeitado detetive Benoit Blanc (Craig). Ao chegarem, eles descobrem que terão de participar de um jogo de investigação feito pelo próprio Miles, que se mostrará muito mais complexo do que imaginam.    

Imagem: Netflix (Divulgação)

Em seus primeiros minutos, Johnson deixa claro o quão complexa será a construção de sua narrativa, ao colocar o espectador junto aos personagens vividos por Hudson, Hahn, Baustista e Odom Jr. ao desvendarem um enigma para surgir o determinado convite ao evento proposto no filme. Englobando ao contexto de pandemia e lockdown em 2020, e em poucos minutos ele já consegue comprar o espectador para acompanhar seu longa (algo que muitas outras produções da própria Netflix, não conseguem fazer).

Eis que somos mais uma vez apresentados ao detetive Benoit Blanc, que mostra o quão Craig combinou com este personagem em vários aspectos (seja no humor sutil, inteligência e até mesmo no glamour da sua presença). Porém, quando partimos para o perfil dos coadjuvantes, vemos que Johnson escolheu atores que já casavam com os personagens onde temos a patricinha Hippie (Hudson), o brutamontes (Bautista), o nerd intelectual (Odom Jr.), a política sarcástica (Hahn) e o bilionário arrogante (Norton). Não que isto seja ruim, mas é uma facilitação narrativa usada pelo próprio Johnson (que já havia feito isso no primeiro e provavelmente fará no terceiro).

Embora estes tópicos citados façam parecer mais um filme investigativo clichê, ele não é, pois existem vários cenários e arcos que fazem o próprio espectador entrar na mente de Blanc, e tentarem resolver o caso. Enquanto no primeiro tínhamos Craig e De Armas sendo o carro chefe da investigação, agora o primeiro faz um ótimo par com Monáe (que realmente se mostrou uma excelente atriz neste projeto, mas dificilmente será indicada ao Oscar como a própria Netflix vem tentando).

Glass Onion: Um Mistério Knives Out” mostra que é possível fazer uma continuação de um sucedido longa, não refazendo algo que já havia funcionado e sim mudando totalmente o que havíamos visto antes.    

Compre pela Amazon através de nosso link e já estará ajudando o Engenharia! Clique Aqui.

Gabriel_Fernandes

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


Comentários



Adicionar Comentário