Crítica - Gato de Botas 2: O Último Pedido - Engenharia do Cinema
Após 11 anos desde o lançamento de “Gato de Botas”, o personagem responsável por ter roubado a cena de “Shrek” na maioria de seus filmes, teve a continuação de seu spin-off lançado em meio a um período onde as animações boas realmente estão ficando raras. “Gato de Botas 2: O Último Pedido” não só consegue entregar o mesmo tipo de humor que consagrou o mesmo, como também nos apresenta uma estética diferente em sua execução (que realmente dividiu o público, mas que foi utilizada propositalmente para se assemelhar com as ilustrações do livros de contos de fadas antigos).
Imagem: Dreamworks Animation (Divulgação)
Após ter conseguido extinguir suas oito vidas antecessores, Gato de Botas (voz de Antonio Banderas) se vê que é a hora de aposentar sua vida de aventureiro. Mas ele acaba hesitando o mesmo, ao saber da existência de uma estrela do desejo, que provavelmente será a solução para que ele continue vivo. Só que ele não imaginava a quantidade extensa de outras pessoas que viriam atrás do mesmo objetivo.
Imagem: Dreamworks Animation (Divulgação)
O roteiro de Paul Fisher (“Jamaica Abaixo de Zero”) e Tommy Swerdlow (da divertida animação “Os Croods 2”), consegue resgatar aquele humor ácido que havia no longa original de “Shrek”, que realmente brincava com todos os cenários possíveis no mundo de contos de fadas. Embora mais uma vez os personagens batam com a personalidade dos próprios Banderas (que mais uma vez satiriza o lado galã e sua interpretação do Zorro) e Selma Hayek (que mais uma vez dubla a gata Kitty, o mesmo procedimento é feito com Florence Pugh (Caixinhos Dourados, cujo sotaque lembra sua personagem em “Viúva Negra“), Olivia Colman (Mamãe Urso), Ray Winstone (Papai Urso) e até mesmo em relação ao brasileiro Wagner Moura (onde curiosamente dubla o vilão Lobo apenas na versão em Inglês).
Indo em contradição pela dublagem, o cachorro Perrito (que possui a voz de Harvey Guillén) consegue roubar a cena com sua ingenuidade e química com o próprio Gato de Botas e Kitty. Sem dúvidas ainda veremos muito dele nas próximas produções deste universo.
Em quesito técnico, o design de produção e atmosfera criada na trajetória desses personagens, realmente chegam a impressionar (pois realmente parece estarmos vendo um livro infantil animado, em nossa frente), ao contrário das últimas animações da própria Dreamworks (que sempre optaram pelo CGI habitual). A dupla de diretores Joel Crawford (também de “Os Croods 2“) e Januel Mercado estavam cientes das situações que poderiam ser criadas em um cenário que poderia ser alterado constantemente (quem viu o filme, entendeu o que quis dizer) e para isso eles aproveitam as várias possibilidades.
Além do mais, se tratando de uma produção voltada ao público infantil (o que justifica a metragem também ser menos de 100 minutos), eles fizeram questão de colocarem algumas piadas que possivelmente os adultos irão dar muitas gargalhadas (enquanto os pequenos não irão se assemelhar facilmente). Mas por se tratar de uma animação com um grande espaço de tempo, o tratamento aqui é colocado para o arco funcionar de forma antológica (não obrigando o espectador a assistir o longa de 2011 e os filmes de “Shrek“).
“Gato de Botas 2: O Último Pedido” é mais um grande acerto da Dreamworks, onde em uma era que a própria Disney está se perdendo nas suas animações, sua concorrente está continuando suas principais histórias e conquistando ainda mais todos os seus espectadores.
Obs: a animação foi conferida na versão legendada, em 2D.
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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.