Crítica - Duetto - Engenharia do Cinema
Aqui temos mais um exemplar que o cinema nacional, quando se junta a dramaturgia de outro país acaba sendo pior do que parece ser. “Duetto” realiza uma parceria entre o Brasil e Itália, para contar uma história da relação de uma família com descendência italiana, que realmente dá várias voltas e chega em lugar nenhum em seu desfecho. Mesmo apelando para nomes de peso como Gabriel Leone, Rodrigo Lombardi, Marieta Severo, Luisa Arraes e os italianos Giancarlo Giannini e Michele Morrone (protagonista da trilogia “365 Dias“, que faz uma breve ponta), é triste falar que nenhum deles funcionam.
Imagem: Imagem Filmes (Divulgação)
A história se passa em 1965, onde após seu Pai (Lombardi) falecer em um acidente, Cora (Ares) vai com sua família para a Itália, com o intuito de resolver algumas pendências. Ao chegar no local, a mesma começa a presenciar vários problemas e discussões que estavam embargadas na mesma.
Imagem: Imagem Filmes (Divulgação)
Se em “Corações Sujos” e “A Princesa da Yakuza“, o cineasta Vicente Amorim procurava mostrar homeopaticamente as belezas do Japão, e personalidades dos mesmos, em “Duetto” ele faz seu filme como um verdadeiro “Guia Turístico de Apúlia, na Itália”. Com direito a cenas que focam no ambiente, por do sol, possíveis locais turísticos e até mesmo apresentações musicais (que porcamente tentam casar com o enredo do filme), a sensação é que estávamos vendo algo totalmente feito nas coxas, com o intuito de levar todos os envolvidos para ficarem passando férias naquele local.
O roteiro de Rita Buzzar e João Segall parece ter reciclado várias cenas de diversos longas com a mesma temática, que realmente já chegaram a funcionar (vide a trilogia “Antes do Amanhecer”, de Richard Linklater). Em momento algum conseguimos criar afinidade com nenhum dos personagens, muito menos nos interessamos pelo andar da narrativa (onde 100 minutos, se tornam uma eternidade, de tão tediosos).
“Duetto” termina sendo mais um caso de produção nacional, que mesmo tendo apoio de outro país para seu desenvolvimento, fica nítido que não houve intuito de se realizar um filme, mas sim um período de férias entre os envolvidos.
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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.