Crítica - Luther: O Cair da Noite - Engenharia do Cinema

publicado em:7/03/23 3:38 PM por: Gabriel Fernandes CríticasFilmesNetflixTexto

Responsável por alavancar a carreira de Idris Elba, a série “Luther” foi um dos maiores sucessos da BBC entre 2010 e 2019. Sendo um dos destaques da Netflix (uma vez que a mesma esteve na plataforma, em vários países, inclusive no Brasil), a mesma adquiriu os direitos do próprio para poder realizar este longa metragem que é descrito como uma espécie de “encerramento oficial”. Porém, já adianto que ao conferir “Luther: O Cair da Noite“, ficou claro que não era necessário conhecer a atração citada, ou seja, a diversão funciona de forma totalmente independente.    


Imagem: Netflix (Divulgação)

A história se passa logo após os eventos da última temporada, com o agente John Luther (Elba) sendo levado para a prisão após ser condenado por vários crimes, em meio a suas investigações. Porém, o inescrupuloso serial killer David Robey (Andy Serkis) aproveita da situação para realizar vários de seus crimes.

Imagem: Netflix (Divulgação)

Escrito pelo próprio criador e showrunner da atração original, Neil Cross tinha consciência de que por se tratar de um lançamento direto para a Netflix, muitas pessoas iam se deparar com o título sem saber que era inspirado em uma série. Então, ele concebeu uma história com uma pegada antológica, embora brevemente ele tenha executado algumas referências na atração citada.    

Porém, é nítido que Elba sempre teve um carinho pelo personagem e sua presença em cena é contingente com este tipo de narrativa (um detetive que transpõe respeito). Mesmo sendo uma mistura de Sherlock Holmes e Jason Bourne (uma vez que ele é hábil nas lutas e investigações), o roteiro parece ter bebido e muito dos clássicos “O Fugitivo” (com Harrison Ford) com “15 Minutos” (com Robert De Niro), uma vez que ele não tenta elaborar muito sacrifício para o espectador pensar e prever o que realmente vai acontecer.

Ainda sim, há algumas menções honrosas na produção, como o vilão vivido por Andy Serkis realmente ter uma presença de igual para igual com Elba, e ainda transpor medo quando se deve ter. Embora o roteiro não tenha ajudado muito o mesmo (assim como nenhum dos outros personagens), e tenha deixado para escanteio grandes nomes como de Cynthia Erivo (que vive a superiora de Luther, a agente Odette Raine).   

Isso quando não há situações bizarras e totalmente estranhas (como quando determinado personagem toma uma facada em uma cena, e na outra sai andando e fazendo mil e uma coisas), que acabam tirando um pouco do foco realista do filme (que por incrível que pareça, ainda há).

Luther: O Cair da Noite” não chega a fazer jus ao legado da série, mas acaba terminando como um bom entretenimento pipoca para se ver na Netflix.



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Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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