Crítica - Falando a Real (1ª Temporada) - Engenharia do Cinema
Atire a primeira pedra que a série “Falando a Real” conseguiu conquistar os usuários da Apple TV+, apenas pela presença ilustre de Harrison Ford (que está entrando no universo das séries nesta e também na ótima “1927”). Apesar de ser o coadjuvante (não preciso falar que ele rouba a cena, na maioria da atração), a atração é estrelada por Jason Segel (que também é um dos criadores/roteiristas junto de Brett Goldstein e Bill Lawrence) que já mostrou que consegue tirar o riso com situações cotidianas em vários cenários (vide “Ressaca de Amor” e “Sex Tape: Perdido na Nuvem“), e aqui não é diferente.
Imagem: Apple TV+ (Divulgação)
O enredo é centrado no psicologo Jimmy (Segel) que está vivendo em um período de luto, uma vez que sua esposa faleceu há pouco tempo. Lidando com sua filha adolescente Alice (Lukita Maxwell), pacientes com seus amigos de trabalho Gaby (Jessica Williams) e Paul (Harrison Ford), ele começa a perceber que à vida deve continuar, mesmo com adversidades.
Imagem: Apple TV+ (Divulgação)
Dividida em 10 episódios, esta primeira temporada procura estabelecer primeiro a vida de Jimmy como um todo, para posteriormente focar nos coadjuvantes (e neste quesito a atração acertou em cheio). Apesar de Segel mais uma vez interpretar um personagem extrovertido, com pitadas depressivas, ele se encaixa muito bem no timing cômico e dramático de Ford e Williams (além de possuir uma enorme química com ambos). Porém, adianto que estamos falando de uma série mais dramática, do que cômica (embora a Apple lhe venda como uma comédia).
Por se tratar de uma série, obviamente muitas pontas começam a serem exercidas com o intuito de deixarem para ser exploradas nas próximas temporadas (tanto que em determinado ponto, a atração passa a ignorar constantemente a relação de Jimmy com seus pacientes, que são nada ortodoxas). Só que algumas sentimos que são totalmente deixadas para escanteio, e dão espaço para outros arcos novos. Tanto que o próprio Paul passa a ter mais destaque depois da primeira metade dos episódios e Sean (um dos pacientes de Jimmy, vivido por Luke Tennie) é deixado como um mero figurante.
“Falando a Real” consegue ser uma série divertida graças ao roteiro que sabe usufruir do talento de seus envolvidos, especialmente Harrison Ford.