Crítica - O Rei da TV (2ª Temporada) - Engenharia do Cinema
Sendo uma das mais polêmicas séries lançadas em 2022 (devido ao próprio apresentador Silvio Santos e sua família não terem gostado da mesma), “O Rei da TV” teve sua segunda temporada lançada de forma tímida no catálogo do Star+. Com oito episódios, a atração tenta englobar o máximo de acontecimentos do Grupo Silvio Santos/SBT em um curto período de tempo, causando uma grande estranheza por ter colocado algumas personalidades como vilãs e outros fatos sem sentido algum de terem ocorrido.
Imagem: Star Productions (Divulgação)
Os episódios se passam em duas épocas, onde a primeira é no ano de 2010 quando Silvio (José Rubens Chachá) terá de lidar com a crise financeira do Banco PanAmericano. Já a segunda é durante os anos meados dos anos 80/90, quando ele diretamente competia com a Rede Globo, pela audiência aos domingos e ao mesmo tempo almejava se tornar Presidente do Brasil.
Imagem: Star Productions (Divulgação)
Se tratando de uma atração voltada para os fãs do apresentador e que vivenciaram as épocas citadas na série, a sensação de bagunça na abordagem é gigantesca. Em um curto período de semanas, a televisão brasileira viu o hilário encontro da Gretchen com o ator Jean-Claude Van Damme, os sequestros de Patrícia Abravanel (Bárbara Maia) e do próprio Silvio Santos e a polêmica entrevista do PCC mostrada no programa do Gugu (Paulo Nigro), resultando em sua ida para TV Record (que ocorreu quase 10 anos depois disso). Isso certamente foi executado com o pretexto de que havia uma insegurança de não ser mostrado em uma possível terceira temporada.
E essa rapidez chega a ser bizarra, pois não há uma profundidade na abordagem dos assuntos (para se ter uma ideia, a situação de Gugu durou anos até ele tomar a decisão de mudar para a Record). Porém, é mostrado o quão a Rede Globo estava disposta a detonar o SBT em vários sentidos, tanto que o apresentador Fausto Silva (Herton Gustavo Gratto) era um verdadeiro peão na mão de Rossi (Celso Frateschi, que é um pseudônimo do próprio Boni), até ele se conciliar como líder aos domingos.
Mas esse é o único assunto que pode-se dizer que foi abordado com bastante calma e com tempo do espectador se assimilar com o que estava sendo apresentado. Já que em sua maioria, tudo é resumido e colocado de uma maneira pela qual o público precisará do “auxílio” do Google, para poder compreender direito o que estava sendo mostrado (como o arco quando Gugu foi empresário da banda “Dominó”, e sofria constantes pitacos de Patrícia).
Uma lástima também, é que não houve nenhuma amostra dos carros chefes da emissora naquela época, que eram a Hebe Camargo (cujo nome é apenas citado), Ratinho, Jô Soares e Serginho Groisman. Marília Gabriela, Jackeline Petkovic e Ronald Golias chegam a ter válidas e breves participações.
Apesar de estar completamente bagunçada em vários sentidos, a segunda temporada de “O Rei da TV” continua entretendo e mostrando os fatos no estilo pastelão e cafona, como eram executados os programas do SBT no passado.