Crítica - Dom (Segunda Temporada) - Engenharia do Cinema

publicado em:20/04/23 10:00 AM por: Gabriel Fernandes Amazon PrimeCríticasSériesTexto

Sendo considerado o último grande trabalho do cineasta Breno Silveira (que faleceu durante as gravações de seu novo longa, “Dona Vitória“, no último ano), a segunda temporada da série “Dom” já começa em um clima bastante na contramão do que vimos no primeiro ano. Regado com bastante tensão, sexo e violência, acompanhamos um pouco mais da trajetória do então procurado ladrão de residências Pedro Dom (Gabriel Leoni), quando ele continua sendo um dos mais procurados bandidos do Brasil, ao mesmo tempo que seu pai (Flávio Tolezani) tenta lhe encobrir para não ser preso (mesmo indo contra sua própria índole).

Imagem: Amazon Studios (Divulgação)

Dividida em oito episódios (onde o último episódio é considerado como um “bônus” da própria Amazon e foge totalmente do que estava sendo visto da atração), essa segunda temporada não se preocupa em dosar muito (ou até mesmo apresentar) novos personagens. Ela estampa a todo momento que a batalha agora só depende do próprio Pedro e de seu Pai, Victor, onde mais uma vez vemos ótimas atuações de Leoni (que possuí mais de uma faceta para representar as dores e medos de Dom, que agora ainda descobre que será Pai) e Tolezani (que mais uma vez carrega uma trama dupla no enredo, que realmente funciona)

Imagem: Amazon Studios (Divulgação)

Com relação aos coadjuvantes mostrados nas temporadas antecessoras, os novos nomes não possuem uma presença que havia nos outros. O que resultou uma enorme saudade da presença das atrizes Raquel Villar (Jasmin) e Isabella Santoni (Viviane), que aparecem relativamente pouco, mas apresentam ótimas atuações dramáticas (a segunda inclusive, aparenta um nível de psicopatia gigantesco).    

Outro fator bastante plausível é a narrativa exercida por Silvera, que realmente conhecia como conduzir uma cena dramática, com suspense e ação (não apelando para recursos como a câmera trêmula, enquadramentos forçados e que chegam a intimar o ator a terem sentimentos constrangedores). Só que como estamos falando de uma série, cujo assunto poderia ser explorado apenas uma temporada, ficou nítido que em determinado contexto foi esticado ao máximo algumas situações (como o arco de Dom na prisão, que poderia ter sido mais enxuto, com relação ao seu desfecho).

A segunda temporada de “Dom” consegue manter sua qualidade positiva, por conta da habilidosa direção de Breno Silveira e das atuações de seus protagonistas.



Post Tags

Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


Comentários



Adicionar Comentário