Crítica - Flamin' Hot: O Sabor que Mudou a História - Engenharia do Cinema
Temos mais um caso de lançamento que foi totalmente deixado as surdinas, por conta de problemas que antecederam os bastidores (uma vez que alguns veículos de comunicação dos EUA, garantiram que o filme não foi fiel aos fatos) e o descaso da própria Disney em não apostar no potencial de suas boas produções.
“Flamin’ Hot: O Sabor que Mudou a História” pode-se dizer que é mais uma produção sobre como determinado produto conseguiu chegar nas prateleiras dos mercados mundiais, e levou sua marca ao extremo sucesso (como vimos nos recentes “Air: A História Por Trás do Logo” e “Tetris“, que até agora são um dos melhores do ano). Poderia ser algo tedioso e previsível, se a cineasta Eva Longoria (em sua estreia na direção de longas) e o carisma do ator Jesse Garcia, conseguissem cativar o espectador logo nos primeiros minutos.
Imagem: Searchlight Pictures (Divulgação)
Baseado no livro “A Boy, A Burrito and a Cookie: From Janitor to Executive” de Richard Montanez, a história gira em torno de como o próprio (vivido por Garcia) passou de um faxineiro da fabrica de batatas fritas, Flamin’ Hot, para o criador do sabor picante da mesma e conseguiu salvar o selo da falência.
Imagem: Searchlight Pictures (Divulgação)
Atire a primeira pedra quem não já conhece de outras produções, como é o estilo de vida dos latinos nos EUA. Embora o roteiro de Lewis Colick e Linda Yvette Chávez tecle muito nesta pegada em continuar mostrando isso exaustivamente (chegando a parecer uma novela mexicana, literalmente), conseguimos ser conquistados nesta narrativa pela divertida narração de Garcia, com os fatos que foram vivenciados por ele (inclusive, se assemelha e muito ao personagem Luís de “Homem-Formiga”, vivido por Michael Peña).
Sim, nitidamente alguns fatos não puderam ser inseridos ou até mesmo detalhados, por questões burocráticas da própria Flamin’ Hot (que é uma das divisões da PepsiCo). E por conta deste fator, o enredo se vê obrigado a explorar alguns personagens chave como o Engenheiro Clarence (Dennis Haysbert), o CEO da PepsiCo Roger Enrico (Tony Shalhoub) e o chefe de Richard, Lonny (Matt Walsh).
Ao contrário dos filmes citados no segundo parágrafo, as noções de marketing empresarial aqui retratadas, não chegam a serem retratadas de forma mais técnica, e sim na execução e ação dos atos (uma vez que estamos falando de um protagonista totalmente leigo no assunto).
“Flamin’ Hot: O Sabor que Mudou a História” termina sendo um interessante longa sobre a criação de um petisco que muitos consomem, quando assistem aos filmes nas plataformas de streaming e até mesmo cinemas.