Crítica - Agente Stone - Engenharia do Cinema
Idealizado desde 2020, “Agente Stone” foi pensado como uma nova franquia de ação da Netflix, com produção da Skydance (mesmo estúdio responsável por selos como “Missão Impossível“). Usando e abusando do rótulo de Gal Gadot como protagonista, com um discurso que seria uma versão feminina da produção encabeçada por Tom Cruise (inclusive a própria já falou que não aceita fazer cenas arriscadas como ele, em prol ao cinema), chega a ser vergonhoso ter este rótulo aplicado aqui, pois tudo que existe de clichê, facilitação e forçado, vemos nesse filme.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Após descobrir a existência de um artefato que poderá comandar toda a humanidade, a agente Rachel Stone (Gadot) parte na busca para impedir que a hacker Keya (Alia Bhatt), consiga se apoderar deste.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Por mais que o escopo se assemelhe ao recente “Missão Impossível: Acerto de Contas – Parte 1“, o roteiro de Greg Rucka (“The Old Guard“) e Allison Schroeder é tão forçado e previsível, que nos primeiros 20 minutos já sacamos todo o enredo e, presenciamos cenas de ação extremamente mal feitas (uma vez que o orçamento bateu na casa dos US$ 200 milhões) em quesitos de CGI, direção e enquadramentos (as tomadas de luta, são tão mal feitas, que nem parece ter rolado a existência de um treinamento por parte dos atores).
Isso também chega a ser demérito do diretor Tom Harper (que está acostumado a fazer produções mais dramáticas como “The Aeronauts” e “As Loucuras de Rose“), que não consegue ser um bom conhecedor do cinema de ação (tanto que este filme, poderia funcionar melhor, se fosse dirigido por algum ex-dublê como David Leitch e Chad Stahelski), e nitidamente estava perdido em vários arcos (como em uma simples cena de salto de Rachel no mar, que possui vários cortes para disfarçar o uso de dublês).
Em quesito de atuações, não existe nenhuma que realmente seja boa, uma vez que todo o elenco (inclusive Gadot), são totalmente canastrões. E isso também foi prejudicado pelo roteiro, que em momento algum se preocupa em dosar o arco dos protagonistas (tanto que tiveram a audácia de descartar e não usarem dignamente a veterana Glenn Close). Não duvido que ainda desenvolvam spin-offs em cima desses mesmos personagens e venderem como “aqui você vai ver mais sobre este universo”.
“Agente Stone” termina se tornando mais uma produção genérica para o catálogo da Netflix, que possivelmente terá continuações feitas a rodo, só para terem esse mesmo intuito.