Crítica - Você Não Tá Convidada Pro Meu Bat Mitzvá - Engenharia do Cinema
Não é novidade que o ator Adam Sandler faz filmes, como padeiro faz pão. Sabe que tem de fazer para garantir seus ganhos, e agir de acordo com o contrato com seu chefe. Desde o princípio da parceria entre ele e a Netflix (que já conquistaram ao todo mais de 5 bilhões de horas assistidas, e vem sendo renovada constantemente, desde 2015), foram realizados longas com uma produção em sua maioria de qualidade duvidosa. Alguns são muito bons (“Mistério no Mediterrâneo“), uns são medianos (“Zerando a Vida“) e a maioria chegam a horríveis (“Lá Vem Os Pais“). Os excelentes (como “Jóias Brutas“), são comprados pela plataforma para distribuição, em maioria, no cenário mundial.
“Você Não Tá Convidada Pro Meu Bat Mitzvá” é o primeiro longa onde Sandler resolveu trazer toda sua família para trabalhar diante das câmeras, mas agora em papéis maiores. Além de sua esposa Jackie Sandler (que ultimamente começou a receber papéis maiores, nas produções do esposo), ele finalmente começou a dar protagonismo para suas filhas Sadie Sandler e Sunny Sandler (que de início possuíam pequenas aparições nos filmes do Pai). Embora elas sejam duas cópias do citado, mas em versão feminina, a única sensação é estarmos vendo uma versão feminina dos clássicos estrelados pelo próprio Adam Sandler.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Baseado no livro de Fiona Rosenbloom, a história tem início com as duas grandes amiga de esposa Stacy (Sunny Sandler) e Lydia (Samantha Lorraine), que estudam em uma escola judaica e estão vivenciando vários Bat Mitzvá de seus amigos próximos e colegas de sala. Porém, mesmo com elas planejando que os seus serão perfeitos, a dupla se vê afetada por vários conflitos amorosos e pessoais.
Imagem: Netflix (Divulgação)
O roteiro de Alison Peck (“Ugly Dolls“) procura estabelecer em seu prólogo uma sucinta explicação de como funciona a questão do Bat Mitzvá, na religião judaica, e como esse evento é tão importante para eles. Porém, estamos falando de um filme do Adam Sandler como produtor, ou seja, o foco não será esse e sim, as várias piadas recicladas e que funcionam apenas se você for uma pessoa que nunca viu outro longa do próprio e tem cerca de sete ou oito anos de idade.
Todo o escopo do projeto tem como uma base principal produções dos anos 80 e 90, principalmente as escritas por John Hudges (“Clube dos Cinco”), só que a única coisa que nos segura no decorrer do projeto é o carisma de Sunny Sandler (uma vez que seu Pai, mais uma vez está vivendo ele mesmo em cena). Sem dúvidas veremos ela pegando mais projetos do próprio, onde esta servirá para ser uma versão feminina dele.
Realmente, o longa não tem tanta graça ou causará gargalhadas como as produções de Sandler já fizeram no passado. Porém, existem dois momentos aleatórios (um deles com o citado), que conseguem arrancar risos naturais, com direito a uma breve participação de Luis Guzmán (que nítidamente se divertiu nesse projeto).
“Você Não Tá Convidada Pro Meu Bat Mitzvá” é um mais do mesmo de Adam Sandler, porém como agora ele só passou a tocha para suas filhas seguirem no seu estilo.