Crítica - Amizade de Férias 2 - Engenharia do Cinema
Conquistando um enorme sucesso na plataforma Hulu e Star+, o primeiro “Amizade de Férias” se resumiu a uma espécie de “Filme do Adam Sandler, sem o Adam Sandler”. Essa continuação, rotulada como “Amizade de Férias 2“, tem de volta tudo aquilo que “deu certo” no original, repetido em doses homeopáticas, com o acréscimo do veterano Steve Buscemi (que é conhecido justamente por fazer parte do elenco dos longas de Sandler). Mas nem isso consegue tirar a produção de um humor cansativo e tedioso.
Imagem: 20th Century Studios (Divulgação)
Após os eventos do primeiro filme o casal Marcus (Lil Rel Howery) e Emily (Yvonne Orji) resolvem sair de férias para o Caribe com seus amigos (John Cena) e Kyla (Meredith Hagner), que agora estão com um filho recém nascido. Porém, o primeiro aproveita a situação para conseguir fechar um importante negócio, ao mesmo tempo que o Pai de Kyla, Reese (Buscemi) reaparece e começam novas confusões por conta de sua índole suspeita.
Imagem: 20th Century Studios (Divulgação)
Realmente este tipo de filme funcionava nos anos 80 e 90, por causa da dupla de atores conseguirem ter um carisma natural e renderem bons momentos de humor (vide o grande “Antes Só do Que Mal Acompanhado”, com Steve Martin e John Candy). Embora John Cena e Lil Rel Howery sejam ótimos em comédias, fica difícil conseguir deixar a dupla à vontade, em um enredo onde ambos não puderam improvisar em algumas piadas, enquanto ao mesmo tempo colocam Meredith Hagner apenas para gritar e berrar (se tornando irritante e forçada demais)
O pior de tudo, é que é perceptível que os atores estão se divertindo apenas pelo fato de que “a Disney está pagando para eles terem férias em um hotel de luxo”, e retornamos mais uma vez no quesito “filme de Adam Sandler” (pelos quais o próprio já salientou que a ideia sempre é essa, em algumas entrevistas). E chegamos a ver que Buscemi ainda tentou levar a sério sua participação, tirando até arcos mais dramáticos, em momentos desnecessários (e já vemos que o diretor/roteirista Clay Tarver, não consegue trabalhar direito esse timing).
“Amizade de Férias 2” é mais um projeto que serve como exemplo de que ele só foi feito por conta de números altos nas plataformas de streamings. Sem graça e exaustivo.