Crítica - TOC TOC TOC: Ecos do Além - Engenharia do Cinema
Sendo lançado em muitos países (inclusive nos EUA), no mesmo dia que os aguardados “Barbie” e “Oppenheimer“, “TOC TOC TOC: Ecos do Além” errou ao apostar que seria uma terceira opção neste fim de semana que entrou para a história do cinema. O resultado foi uma bilheteria pífia e até o encerramento dessa crítica, nem havia chego aos US$ 5 milhões nas bilheterias (tendo custado cerca de US$ 6 milhões, para a Lionsgate).
Mesmo se tratando de uma história inspirada em um conto de Edgar Allan Poe (que inclusive já foi referenciado em um episódio de Halloween de “Os Simpsons”), temos um projeto que deve ter sofrido nos bastidores e o resultado final certamente foi agravado pelo mesmo.
Imagem: Paris Filmes (Divulgação)
A história é centrada em Peter (Woody Norman), um menino que vive uma vida triste em casa com seus Pais totalmente controladores (Lizzy Caplan e Antony Starr), e na escola sofre muito bullying. Até que um dia ele passa a ouvir um ruído estranho, vindo da parede de seu quarto, e começa a interagir com o mesmo, descobrindo segredos inacreditáveis.
Imagem: Paris Filmes (Divulgação)
Realmente o roteirista Chris Thomas Devlin (que estreou na função escrevendo o horrendo “O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface“) parece que estava ciente que iria começar a trama estabelecendo uma atmosfera interessante, mesmo um cenário já mostrado em várias outras produções do gênero. A função de proximidade com o enredo então, iria decair sobre o trio protagonista, que neste princípio, facilmente consegue convencer (embora Caplan fique com a mesma cara o filme todo, e Starr ainda está preso ao estilo de Capitão Pátria, da série “The Boys“).
Só que realmente parece que houve uma discussão pesada com os produtores, pois o arco final cai totalmente em contradição com o que havia sido proposto. Desde decisões esdrúxulas, até a direção de Samuel Bodin apelar totalmente para tomadas escuras e rápidas (um erro que Hollywood cada vez mais, insiste em fazer nos seus filmes, e não vão parar tão cedo), não conseguimos ter uma sensação de proximidade ou torcida, por mais nada (já que não existe um aprofundamento na relação entre Peter e seus Pais, pois tudo é jogado, sem explicações).
Sim, estamos falando de um filme de horror que não precisava apelar para o sangue, muito menos para o agravamento de situações que poderiam ter sido resolvidas com um telefonema. O que ocasionou na forma de como a personagem de Cleopatra Coleman (a professora Devine), foi totalmente mal escrita e conduzida (ela literalmente só está no enredo, para tentar salvar Peter dos pais).
“TOC TOC TOC: Ecos do Além” mostra que boas ideias, conseguem ser descartadas e pioradas totalmente, durante seu desenvolvimento.