Temos aqui um caso de filme que realmente não se decide o que quer ser (um terror ou drama), ao mesmo tempo onde procura mostrar o talento dramático e cinematográfico da atriz Ester Expósito (que vem conquistando muito o público, com a série “Elite”). Sendo lançado nos cinemas espanhóis em dezembro de 2022, foi exibido em vários festivais do mundo antes de ser direcionado direto para o HBO Max em vários locais (inclusive no Brasil).

Imagem: Sony Pictures (Divulgação)

A história é centrada na Go-Go-Girl Lúcia (Expósito), que após se rebelar com os proprietários da casa onde trabalha, foge e volta para o apartamento de sua irmã (Ángela Cremonte). Só que elas não imaginavam que o local estava prestes a ser algo de uma antiga maldição, que poderia afetar a todos que estão ao seus redores.   

Imagem: Sony Pictures (Divulgação)

O diretor e roteirista Jaume Balagueró (do longa “REC“) já mostrou que entende como contar uma boa história de terror, em uma perspectiva original e diferente. Só que aqui, ele se perde um pouco ao tentar narrar uma história cujo escopo, não se decide no que quer ser. Seja uma hora parece estar falando de um drama entre mãe e filha, outra um filme de bruxas e até mesmo um enredo sobre a revolta de uma mulher em sua profissão.    

Isso poderia funcionar, se fosse casado homeopaticamente estes assuntos, em uma trama onde primeiro poderia ter feito uma protagonista que tivéssemos interesse ou familiaridade. Em momento algum Expósito se demonstra como uma atriz plausível e até que convence em suas motivações. Tudo é apelado para o clichê do estilo (frases como “você desapareceu”, “você não liga para a família”, são ditas à rodo), e quando começa a partir para o arco das bruxas, a sensação de estranheza aumenta ainda mais (porque não houve um convencimento para isso, antes).

“Venus” termina sendo mais uma produção de horror, que não consegue decidir ao certo qual rumo irá tomar. Ao mesmo tempo que tenta vender Ester Expósito como uma ótima atriz dramática.