Crítica - Ruim Pra Cachorro - Engenharia do Cinema
Nos últimos anos, o cinema tem se mostrado cada vez menos interessado em lançar comédias nas telonas. Seja por conta do gênero ter sido reduzido a produções em streaming, o politicamente correto sempre tenta problematizar quaisquer produções deste estilo ou principalmente muitas delas não terem graça. “Ruim Pra Cachorro” chega como uma minoria neste ano, pois antes dele apenas havia sido lançado o divertido “Que Horas Eu Te Pego?” (com Jennifer Lawrence), e realmente a produção consegue sanar tudo que é possível neste quesito cômico.
Imagem: Universal Pictures (Divulgação)
A história mostra o ingênuo Border Terrier, Reggie (voz de Wendel Bezerra em brasileiro) que acaba sendo abandonado por seu desprezível dono Doug (Will Forte). Quando ele faz amizade com outros cães, e descobre que aquele não gostava dele, resolve voltar para sua casa e se vingar do próprio.
Imagem: Universal Pictures (Divulgação)
Já aviso de antemão que não estamos falando de um filme com pegada infantil, pois o roteiro de Dan Perrault possui várias piadas com teor adulto e bastante pesadas para este tipo de público (devido ao teor chulo e de duplo sentido). Porém, como estamos falando de uma comédia pastelão, com toques de humor negro, você nitidamente vai gostar se curte este tipo de humor. Sim, este tipo de produção não foi feito para todos os públicos, e sim para aqueles que não ligam para piadas com este teor.
Como assisti a versão dublada, não hesito falar que a química no semblante de Bezerra e Fábio Rabin (que não hesitava em falar vários palavrões), foi um case de tremendo sucesso, pois o tipo de humor que o filme possui, pedia esse estilo.
Mas o grande mérito também é do próprio roteiro, pois ele consegue tirar várias situações que poderiam ser executadas neste tipo de produção (algumas você pensa “ele realmente escreveu isso e aprovaram”), e satiriza também algumas situações corriqueiras em qualquer cachorro (como a sensibilidade com fogos de artifícios).
“Ruim Pra Cachorro” consegue ser mais um exemplo de comédia que o cinema ainda pode nos apresentar e entreter.