Não é novidade que o cineastas Kleber Mendonça Filho seja um dos grandes nomes do cinema brasileiro. Responsável por filmes como “Aquarius” e “Bacurau” (que foram lançados no Festival de Cannes), é impossível não termos atenção aos seus novos projetos, o que foi o caso deste “Retratos Fantasmas”. Sendo vendido como uma homenagem aos cinemas de rua do Recife, o próprio pode até funcionar para quem vivenciou tudo naquela região, mas para quem é de fora, a história é diferente.

Imagem: Vitrine Filmes (Divulgação)

O longa se divide em duas situações, onde a primeira vemos as origens de Kleber Mendonça Filho e como ele começou a executar seus filmes (com direito a bastidores breves do filme “O Som ao Redor”), enquanto a segunda foca nas salas de cinema do Recife, que ele frequentou durante boa parte de sua vida.

Imagem: Vitrine Filmes (Divulgação)

Com uma metragem de 93 minutos, somos apresentados a um filme totalmente pessoal de Mendonça. Desde seu primórdio, até seu desfecho. Embora ele consiga exercer uma ótima homenagem para algumas salas de cinema da região (com depoimentos de projecionistas e filmagens antigas dos locais, que inclusive estão muito bem conservadas), faltou aquela vida que havia em documentários como “Cinemagia” (que tratou sobre a história das Videolocadoras”).

Não existe um diálogo com o espectador, que lhe faça recordar experiências pessoais em salas de cinema localizadas em ruas e praças populares (que ainda existe em vários locais, inclusive em Santos e na grande São Paulo). A narrativa em off do próprio Kléber, funciona como um recurso sutil (inclusive quando ele conta a história de algumas salas, são muito bem executadas), mas faltou o próprio conversar mais com o espectador (algo que este tipo de narrativa pede).

“Retratos Fantasmas” não chega a ser uma produção mediana ou ruim, mas brevemente satisfatória. Funcionaria melhor como uma minissérie sobre o assunto.