Crítica - Saltburn - Engenharia do Cinema

publicado em:18/12/23 3:00 PM por: Gabriel Fernandes Amazon PrimeCríticasFilmesTexto

Depois de “Bela Vingança” ter chamado atenção de vários cinéfilos e ter dado para Emerald Fennell o Oscar de roteiro original em 2021, os holofotes ficaram sobre ela e muitos se questionaram qual seria seu próximo projeto. Em uma pegada mais ácida e satírica, em relação ao seu filme anterior, “Saltburn” é um título que gosta de enganar o espectador, desde seu princípio. Sim, ela acertou novamente e será uma das indicadas na categoria de roteiro original, no Oscar 2024.  

Imagem: Amazon Studios (Divulgação)

A história gira em torno do tímido estudante universitário Oliver Quick (Barry Keoghan), que após fazer amizade com o descolado Felix Catton (Jacob Elordi), acaba sendo convidado por ele para passar um tempo em sua mansão familiar. No local, ele repara que os seus parentes não só vivem na alta sociedade, como possuem um tratamento inusitado com outras pessoas que também estão “morando de favor” no local.  

Imagem: Amazon Studios (Divulgação)

Em seus primeiros 30 minutos, Fennell parece que irá entregar mais um longa com a temática LGBT (se assemelhando até com o recente “Me Chame Pelo Seu Nome”). Porém, quando Oliver começa a conviver na mansão da família Catton, a pegada começa a mudar totalmente (referenciando até o clássico “Teorema”, de Pier Paolo Pasolini). Confesso que mais detalhes sobre essa parte do filme, podem estragar a sua experiência por completo (por isso, vou continuar me abstendo de mais spoilers).

Chega a ser nítido mais uma vez que o próprio Keoghan está totalmente focado neste projeto e entrega mais uma ótima atuação e será questão de tempo, para ele levar seu primeiro Oscar (inclusive ele será indicado merecidamente, por este papel). Nós sentimos seus medos, vergonhas, desejos e paixões, apenas com o trabalho dos olhares. Sim, é o show dele.

Embora o longa tenha nomes como Richard E. Grant, Rosamund Pike e Carey Mulligan (em uma breve participação), Keogran consegue captar facilmente a atenção do espectador. Enquanto seu contra ponto, Jacob Elordi só funciona para ser o “rostinho bonito do filme” (apesar dele já ter apresentado ótimas atuações em “Euphoria”).

Outros recursos bem chamativos na produção, são sua fotografia (que mescla tons fortes de azul e vermelho, para representarem os sentimentos daquelas cenas), design de produção, figurino e direção de arte. Todas essas categorias provavelmente serão indicadas ao Oscar deste ano.

“Saltburn” é uma crônica caótica, reflexiva, maluca e que coloca Barry Keoghan como um dos principais nomes para termos atenção nos próximos anos.



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Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.


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